* UNIVERSIDADE PLANETÁRIA DO FUTURO, fundada em janeiro de 2010, pelos Grupos ARTFORUM Brasil XXI

*** Século XXI. A Universidade Planetária do Futuro - UNIFUTURO foi organizada em 2009.São seus Fundadores: As famílias: D.G.F.C., M. F. F. R., A.M.F.G., J.L.C.F. J.L.C.F. Os fundadores são patronos dos Grupo ARTFORUM Brasil XXI que foi organizado em 2001- XXI. Setores UNIFUTURIO: Conselho Universitário, Diretores de áreas acadêmicas, departamento e Grupos de pesquisa, comunicação, edição, divulgação de suas e matérias, artigos institucionais, academias, revistas, sites, blogs e matérias de convidados, como professores, doutores, jornalistas, e homenagens especiais. *** Enunciados da Carta Magna da UNIFUTURO: Os fundadores, patronos, a presidência, diretores, consultores e diretores do presidência do Grupo ARTFORUM Brasil XXI, do seu Projeto especial, Universidade Planetária do Futuro prestam tributo à Humanidade, à Paz Mundial, ao Brasil de 5 séculos; Aos povos da África e do mundo; A todas as etnias que formam o povo brasileiro; Às montanhas e aos picos da Terra; A todas as florestas; águas, oceanos, mares, rios, riachos e fuos de água dos cinco continentes; À Amazônia sua biodiversidade e à biodiversidade brasileira e do planeta. Brasil, março de 2009, Séc. XXI. Boas vindas! Bienvenidos! Welcome#

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Coletâneas influentes, Por Samuel Antenor - Agência FAPESP

A UNIFUTURO - Universidade Planetária do Futuro divulga o artigo "Coletâneas Influentes", da Agência FAPESP:
Coletâneas Influentes
19/08/2013
Por Samuel Antenor
Agência FAPESP – Para conhecer um campo de pesquisa, é preciso considerar seus autores basilares, pois qualquer área que não conhecer sua história corre o risco de não se sustentar.

O princípio, trabalhado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930-2002), foi lembrado por Maria Immacolata Vassalo de Lopes, professora titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), durante sua palestra no segundo dia do Ciclo de Conferências “50 anos das Ciências da Comunicação no Brasil: a contribuição de São Paulo”, na última sexta-feira (16/08), na sede da FAPESP.
Esse aspecto foi destacado entre os palestrantes, que comentaram alguns dos autores pioneiros das ciências da comunicação no Brasil, articulando princípios trabalhados por eles décadas atrás, até hoje presentes no campo da Comunicação.

De acordo com Immacolata, que apresentou uma análise do livro Comunicação e Indústria Cultural, do sociólogo e professor da USP Gabriel Cohn, a reunião de diferentes gerações de pesquisadores e o compartilhamento de uma visão ampla, porém integrada, ajuda a firmar e a induzir as pesquisas nesse campo.

A proposta multidisciplinar do autor, presente em seu livro de 1971, para a construção de um campo de conhecimento a partir da releitura de clássicos da área, foi ressaltada pela pesquisadora da USP. Para ela, a leitura e a articulação de artigos propostas por Cohn, a partir de seu conhecimento sobre Max Weber e Theodor Adorno, ajudaram a firmar as discussões, no Brasil, sobre o conceito de indústria cultural.

“Com sua concepção de método para estudar esses autores, Cohn traz 26 artigos, de nomes que se firmavam como bibliografia na década de 1970, entre eles Edgard Morin, Marshall McLuhan, Umberto Eco, Jean Baudrillard, Roland Barthes, Julien Greimas, Herbert Marcuse, Louis Althusser, Armand Mattelart, Abrahan Moles, Pierre Bourdieu e Eliseo Verón”, afirmou Immacolata.

Ao iniciarem o recorte do que viria a ser o campo da Comunicação, esses autores, vindos de diferentes áreas, trouxeram aspectos da Sociologia, da Política, da Teoria Literária, da Psicologia Social e Educacional, “mas já introduzindo no debate a questão da sociedade de massas, feita por uma cultura de massas”, destacou.
Para a professora, Cohn articula a fundamentação empírica da explicação sociológica com uma visão do que ocorre no presente, ao inserir estudiosos brasileiros em sua proposta, como José Marques de Melo, Sérgio Miceli, Ecléa Bosi, Angeluccia Habert, Othon Jambeiro, Samuel Pfromm Netto e Adísia Sá, além dele mesmo.
“A leitura e o recorte geracional são um exercício epistemológico muito importante para a área de Comunicação, que está pensando e entendendo a si mesma. Essa é a proposta deste ciclo de debates, que está muito bem focado”, avaliou a professora, para quem é preciso ter a perspectiva de pensar a área de comunicação considerando sempre sua história, o que nem sempre é visível. “Há algo de arqueologia, é preciso escavar e empreender esse desafio.”

Visões de futuro
A articulação destacada por Immacolata pode ser verificada também em outras palestras, que buscaram destrinchar aspectos comunicacionais em livros publicados em diferentes períodos.
José Luis Bizelli, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), analisou o livro Comunicação de Massa, de Samuel Pfromm Netto, ressaltando o perfil de pioneirismo e a importância seminal da obra para a área da Comunicação.
Segundo ele, as observações feitas pelo autor em 1972 – quando, embora não contasse com dados empíricos, trabalhava com a ideia de que pelo menos um quarto do tempo das pessoas era dispendido com assuntos ligados à Comunicação – mostram que o conhecimento e a discussão teórica, já naquela época, eram importantes para a compreensão da comunicação contemporânea.

Com base em sua apresentação, pode-se inferir que a obra permanece atual, inclusive para a compreensão do uso das novas tecnologias, que alteram as práticas e influenciam os processos comunicacionais, em maior ou menor grau. Outra obra inovadora por inserir aspectos pouco discutidos na Comunicação foi apresentada por Juliana Gobbi, também da Unesp, campus Bauru.

A pesquisadora ressaltou a questão da inserção dos negros na sociedade e o papel do rádio para essa inserção, trabalhados no livro Cor, profissão e mobilidade, o negro e o rádio em São Paulo, de João Batista Borges Pereira. Segundo ela, desde 1967, quando o livro foi lançado, pouca coisa mudou em relação a essa questão.
Em seus estudos sobre o rádio, a visão antropológica e sociológica do autor revelou que a presença de negros é maior nesse meio, em comparação a outros, como nas redações. A obra permanece atual, sobretudo, se considerarmos que, ainda hoje, é possível notar que a presença profissional de negros na área da Comunicação ainda é muito pequena.

O livro Televisão e consciência de classe, escrito em 1977 por Sarah Chucid da Viá, foi analisado pelo professor Ruy Lopes, da USP de São Carlos. Ele ressaltou a investigação de princípios teóricos e o entendimento das metodologias de pesquisa no campo da Comunicação, destacando as pesquisas da autora sobre comunicação de massa, comunicação de classe e pesquisas de opinião pública.

Para o professor, a homogeneidade verificada por essas pesquisas deixa entrever um viés “pernicioso” entre as classes, em decorrência da disseminação de valores da chamada classe média para as demais classes.
De acordo com o professor, embora não haja no livro uma discussão mais aprofundada sobre conceitos de massa e público, a obra mostra o quanto a cultura de massa se torna homogênea e, com isso, contribui para a diminuição da opinião pública, no sentido do entendimento dessa opinião como um conjunto de diversidades e tensões muitas vezes oriundas de outras classes.

Diálogos entre gerações
Também se apresentaram os professores Waldemar Kunch, da Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero (Facasper), e a professora Cecilia Peruzzo, da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp). Eles analisaram, respectivamente, os livros Comunicação social: teoria e prática, de José Marques de Melo, e Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias, de Ecléa Bosi.
Com moderação da professora Anita Simis, da Unesp, a programação da parte da tarde do evento discutiu outros autores considerados pioneiros na área.

Anita Simis, da Unesp, campus Araraquara, falou sobre o livro Ideologia da Cultura Brasileira, tema da tese de livre docência de Carlos Guilherme Mota na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. No livro, o autor traça a história do pensamento brasileiro no século XX e das ideologias que “encobrem as lutas sociais e ajudam a perpetuar as desigualdades sociais”.

Heloisa Matos, da ECA/USP, falou do livro Comunicação e Cultura Brasileira, de Virgílio Noya Pinto, orientador de suas teses de mestrado e doutorado, recorrendo também às suas anotações de aluna.
Pelopidas Cipriano, da Unesp, campus de São Paulo, lembrou o impacto que o livro Shazam, de Alvaro Moya, teve em sua formação intelectual; Maria Aparecida Ferrari, da ECA- USP, analisou o livro Psico-sociologia das Relações Públicas, de Cândido Teobaldo de Souza Andrade; e Priscila Kalinke, doutoranda da Umesp, elencou os pontos principais do livro A tradição do Impasse, de João Alexandre Barbosa.

Nas duas últimas conferências, Paulo Nassar, da ECA-USP, analisou o livro Jornalismo Empresarial: teoria e prática, de Gaudêncio Torquato do Rego; e Antonio de Andrade, da Umesp, falou sobre o livro Burguesia e cinema: o caso Vera-Cruz, de Maria Rita Galvão.

Promovida pela FAPESP e pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), a série de oito encontros semanais – que serão realizados até o dia 4 de outubro, sempre às sextas-feiras – tem como objetivo discutir alguns dos principais aspectos da Comunicação no Brasil nas últimas cinco décadas.
O próximo encontro do Ciclo de Conferências “50 anos das Ciências da Comunicação no Brasil: a contribuição de São Paulo” será na sexta-feira (23/08), na sede da FAPESP, com o tema “Timoneiros das Ciências da Comunicação”.

Mais informações sobre o ciclo: www.fapesp.br/7888

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Brasil, 21 de agosto de 2013

Universidade Planetária do Futuro - Ano IV
Centro de Ciências Sociais
Diretora: Profa. Dra. Maria de Fátima Félix Rosar


Departamento de Divulgação Cultural e Científica
Coordenação: Ana Felix Garjan
anafelixgarjan.artes2010@gmail.com

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A incrível pirâmide da desigualdade global, por José Eustáquio Diniz Alves - EcoDebate


A Universidade Planetária do Futuro divulga importante artigo de José Eustáquio Diniz Alves, no EcoDebate.



A incrível pirâmide da desigualdade global

24 de julho de 2013

130626-PirâmideGlobal


Milionários são apenas 0,6% da população, mas abocanham doze vezes mais riqueza que 69,3% dos habitantes da Terra. Concentração e consumismo podem tornar civilização insustentável
Por José Eustáquio Diniz Alves, no EcoDeabte

O relatório sobre a riqueza global, em 2012, do banco Credit Suisse (The Credit Suisse Global Wealth Report 2012) traz um quadro bastante amplo e esclarecedor da distribuição da riqueza (patrimônio) das pessoas adultas do mundo. A riqueza global foi estimada em US$ 223 trilhões em 2012 (meados do ano). Como havia 4,59 bilhões de pessoas adultas no mundo, a riqueza per capita por adulto foi de US$ 49 mil.

Mas, evidentemente, existe uma distribuição desigual desta riqueza. Na base da pirâmide estão as pessoas com a riqueza menor do que 10 mil dólares. Nesta imensa base havia 3,184 bilhões de adultos, em 2012, o que representava 69,3% do total de pessoas na maioridade no mundo. O montante de toda a “riqueza” deste enorme contingente foi de US$ 7,3 trilhões, o que representava somente 3,3% da riqueza global de US$ 223 trilhões. Ou seja, pouco mais de dois terços (2/3) dos adultos do mundo possuíam somente 3,3% do patrimônio global da riqueza. A riqueza per capita deste grupo foi de US$ 2.293.

No grupo de riqueza entre US$ 10 mil e US$ 100 mil, havia 1,035 bilhão de adultos, o que representava 22,5% do total de pessoas adultas no mundo. O montante de toda a riqueza deste contingente intermediário foi de US$ 32,1 trilhões, o que representava 14,4% da riqueza global. Ou seja, pouco menos de um quarto (1/4) dos adultos do mundo possuíam 14,4% do patrimônio global da riqueza. A riqueza per capita deste grupo foi de US$ 31 mil.
No grupo de riqueza entre cem mil e 1 milhão de dólares, havia 344 milhões de adultos, o que representava 7,5% do total de pessoas na maioridade no mundo. O montante de toda a riqueza deste contingente intermediário foi de US$ 95,9 trilhões, o que representava 43,1% da riqueza global. Ou seja, pouco menos de um décimo (1/10) dos adultos do mundo possuíam 43,1% do patrimônio global da riqueza. A riqueza per capita deste grupo foi de US$ 279 mil.

Os milionários, aqueles com patrimônio acima de um milhão de dólares eram somente 29 milhões de adultos, representando 0,6% do total, no mundo. Todavia, este pequeno grupo de pessoas concentrava 39,3% da riqueza mundial, um montante de US$ 87,5 trilhões, o que representava 39,3% da riqueza global. A riqueza per capita deste grupo foi de US$ 3,017 milhões.

O que mais chama a atenção na distribuição da riqueza é que os 29 milhões de adultos do alto da pirâmide possuíam um patrimônio superior a 12 vezes o patrimônio da base de 3,2 bilhões de pessoas. Os dados também mostram que os contingentes intermediários estão crescendo e que a riqueza global aumentou no passado e tende a aumentar nas próximas décadas. Em 2000, na virada do milênio, a riqueza global era de US$ 113,4 trilhões, uma média de US$ 30,7 mil por adulto, em um total de 3,6 bilhões de pessoas na situação de maioridade.
Contudo, todo o montante atual de US$ 223 trilhões de riqueza para 4,6 bilhões de adultos, em 2012, está sustentado em bases frágeis, pois a riqueza do ser humano (em sua forma piramidal) está alicerçada sobre bases naturais degradas pelas atividades antrópicas. A pirâmide da riqueza humana tem crescido e se ampliado sobre uma base de pauperização dos ecossistemas. Não é improvável, que em algum momento, a pirâmide possa afundar por falta de sustentação ecológica ou possa implodir por falta de justiça redistributiva em sua arquitetura social.

Enquanto o capital natural tem sido depredado, a riqueza global (e o consumo) dos seres humanos cresceu cerca de 50% no século 21, passando de uma média per capita de US$ 30,7 mil no ano 2000, para US$ 43,8 mil em 2010 e para US$ 49 mil, em 2012. Todavia, as necessidades e os sonhos humanos são ilimitados e os de baixo da pirâmide aspiram o padrão de consumo daqueles do meio e do topo do status social. Mas é impossível haver um crescimento ilimitado da riqueza material em um planeta finito e a história mostra que, em vários momentos, pirâmides que pareciam sólidas se transformam em castelos de areia.

Não é sem surpresa que os indignados do mundo estão se unindo, se mobilizando e corroendo as estruturas piramidais das sociedades árabes, espanhola, europeia, dos Estados Unidos, etc. Também não é sem surpresa que a indignação tenha chegado ao Brasil, pois existe um mal-estar geral com o modelo de desenvolvimento econômico, com o funcionamento da democracia, com a imobilidade urbana e social e com a relação humanidade/natureza. Evidentemente, este mal-estar aparece de maneira difusa e sem alternativas claras de novos rumos.

Mas o que o mundo precisa não é manter o processo de ampliação da pirâmide da riqueza e do consumo e, sim, construir relações mais horizontais, simples e justas entre as pessoas e entre as pessoas e o meio ambiente.
José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionaise Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail:jed_alves@yahoo.com.br


Brasil, 20 de agosto de 2013
Universidade Planetária do Futuro - Ano IV
Centro de Ciências Sociais 
Diretora: Profa. Dra. Maria de Fátima Felix Rosar




quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Produção literária brasileira no século 19 circulava pelo mundo - FAPESP


O Fórum Cultural, Científico e Memorial registra matéria de 19 de setembro de 2012, divulgada pela FAPESP


Produção literária brasileira no século 19 circulava pelo mundo
19/09/2012
Por Elton Alisson
Agência FAPESP – Já no início do século 19 um leitor no Rio de Janeiro podia encomendar um livro recém-lançado em Paris, na França, e recebê-lo em 28 dias, que era o tempo que a obra necessitava para ser transportada por navio até o Brasil e que equivale, aproximadamente, ao mesmo prazo que empresas de comércio eletrônico estrangeiras, como a norte-americana Amazon, levam para entregar uma obra hoje no país quando não encomendada pelo sistema de correio expresso.

Na mesma época, obras de autores brasileiros, como Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), foram traduzidas para o francês, o italiano, o latim e o russo, a exemplo do que ocorre atualmente com os livros mais lidos no mundo, que são lançados quase que simultaneamente em diferentes idiomas.

Como os exemplos demonstram, a globalização da cultura não é um processo que se iniciou no século 20, com o advento das tecnologias de informação e comunicação. Mas remonta ao início do século 16 – quando espanhóis e portugueses começaram a viajar pelo globo – e se intensificou no século 19, quando os livros e impressos começaram a circular pelo mundo, criando uma forma especial de conexão entre as pessoas em diferentes partes do planeta, tal como a internet faz hoje.
De modo a estudar o fenômeno sob uma perspectiva transnacional, pesquisadores do Brasil, Portugal, França e Inglaterra iniciaram um Projeto Temático, com apoio da FAPESP, com o objetivo de conhecer melhor os impressos e as ideias que circulavam entre os quatro países entre 1789 a 1914.

No período, que ficou conhecido como o “longo século 19”, houve uma notável ampliação do público leitor e mudanças tecnológicas, como a ampliação da rede ferroviária europeia e o desenvolvimento dos navios a vapor, que facilitaram a divulgação e a circulação dos impressos pelas diferentes partes do globo.

Nessa época, quando os países começaram a se definir como nações que queriam se separar uma das outras, ao mesmo tempo em que o processo de integração ganhava força, livros brasileiros foram traduzidos para o francês e publicados na forma de folhetim em jornais em Paris e obras de autores franceses também fizeram o percurso inverso.

“A tradução de livros na forma de folhetim fazia com que pessoas, em diferentes lugares do mundo, ficassem conectadas, porque liam mais ou menos ao mesmo tempo a mesma história nos jornais”, disse Marcia Azevedo de Abreu, professora do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do projeto, à Agência FAPESP.
“Um capítulo de um livro recém-publicado na França era mandado por navio e traduzido no Brasil. Às vezes, o autor adoecia, por exemplo, e a tradução não podia sair aqui”, contou a pesquisadora.

Neste período também foram lançados livros e manifestos por intelectuais brasileiros, que estudaram em universidades de Portugal e França se tornaram membros de importantes instituições acadêmicas estrangeiras, como o Instituto Histórico de Paris.

Durante a permanência na França, por exemplo, os brasileiros conheceram e estabeleceram relações com os intelectuais nativos, que lhes ajudaram a lançar publicações como a revista Niterói.
Na revista, que circulou primeiramente em Paris e que para ser lida no Brasil era preciso importá-la, foi publicado pelo poeta brasileiro Gonçalves de Magalhães (1811-1882) o primeiro Manifesto Romântico Brasileiro.

Já a primeira tradução para o francês de O Guarani, de José de Alencar (1829-1877), foi publicada também em folhetim no século 19, sob o título Les filles du Soleil (As filhas do Sol), em um jornal lançado na França por um grupo de brasileiros para divulgar o Brasil no país europeu.

“Algumas obras de grandes autores brasileiros também foram impressas primeiramente na França por Louis Auguste Garnier, que foi o maior editor brasileiro do século 19, porque era mais caro importar papel branco do que impresso no Brasil nesta época”, disse Abreu.

“Além disso, era mais chique para os leitores brasileiros comprar um livro impresso na França, e as próprias editoras exploravam isso na publicidade, destacando que a obra havia acabado de chegar de Paris ou escrevendo na primeira página da obra que ela foi impressa na França”, destacou a pesquisadora.

Por outro lado, de acordo com Abreu, assim que terminou a proibição de se imprimir publicações no Brasil, que vigorou até 1808, alguns livreiros, como o francês Paul Martin, começaram a publicar livros no Brasil e exportá-los para Portugal, onde Martin estava instalado, e que desempenhou um importante papel no processo de integração literária entre os países por meio das traduções. Como grande referência para o mundo inteiro no século 19, a França traduzia na época obras do mundo inteiro para o francês, que era a língua que o mundo inteiro lia e partir da qual os países faziam as traduções para seus idiomas oficiais.

Ao perceber que uma determinada obra lançada na França fez sucesso, os portugueses logo tratavam de traduzi-la para a língua portuguesa e a enviavam para o Brasil, possibilitando que não só as elites, que liam francês, pudesse ter acesso à obra.

“O Brasil era a filial de muitos livreiros de Portugal, que eram muito ativos e traduziam muito rapidamente livros e impressos e enviavam para cá”, disse Abreu.
“Mas não eram só os brasileiros que esperavam o que os estrangeiros mandavam para cá. Os estrangeiros esperavam o que o Brasil mandava para o exterior”, ressaltou a pesquisadora.

Falso atraso e dependência cultural
Na avaliação da pesquisadora, as constatações feitas no primeiro ano do projeto de pesquisa contrariam o paradigma de que o Brasil esteve sempre atrasado culturalmente em relação aos outros países, e mais recebeu do que exerceu influência cultural.

“A gente aprende que a França influencia culturalmente Portugal, que por sua vez influencia o Brasil, e que a influência cultural se esgota aqui. Mas temos observado que também há livros e impressos que saíram do Brasil e foram para estes países e que as trocas entre eles eram desiguais, mas recíprocas”, disse Abreu.

A primeira história da literatura brasileira, por exemplo, foi escrita pelo francês Ferdinand Denis (1798-1890), que publicou em 1826 um livro na França intitulado O resumo da história literária do Brasil. Já um romance de Victor Hugo (1802-1885) foi publicado no Brasil, antes mesmo de ser lançado na França, graças a um contrato de exclusividade com o editor do autor francês, conforme notícia publicada no Jornal do Commercio no Brasil na época, alardeando que o mundo deveria estar com ciúmes do país pelo feito. “Nós vimos que essas conexões entre o Brasil e outros países já existiam muito antes e que não havia a ideia de atraso, de dependência e de influência cultural, que não estão bem colocadas”, disse Abreu.

“Não que o Brasil fosse o centro do universo no século 19. Mas não era tão ruim como estamos acostumados a pensar, e o país estava sincronizado com outros no tempo, do ponto de vista da leitura”, afirmou a pesquisadora.

De acordo com Abreu, um dos fatores que contribuem para essa falsa percepção do atraso cultural do Brasil em relação ao mundo é que se costuma pensar que economia e cultura são indissociáveis.
Como o país não era economicamente desenvolvido no século 19, se pressupunha que sua cultura também era atrasada e fortemente dependente e influenciada por outros países.

“Uma das conclusões preliminares importantes deste projeto de pesquisa é que a economia e a cultura não são tão casadas assim. No mesmo país em que havia escravos e era economicamente dependente, circulavam livros que eram lidos ao mesmo tempo aqui e em Paris”, disse Abreu.

Continuidade da pesquisa
Os pesquisadores estão buscando identificar quais os editores que atuavam transnacionalmente e quantos e quais autores brasileiros tiveram obras traduzidas no século 19.

A pesquisa está sendo realizada em bibliotecas, além de em arquivos dos editores, comerciais e de polícia do Brasil e dos três outros países participantes do projeto, em que é possível analisar, por exemplo, os contratos comerciais de livreiros realizados com brasileiros e quais editores se instalaram no país.

De acordo com Abreu, o projeto deve ganhar maior impulso agora, após a realização da Escola São Paulo de Estudos Avançados sobre a Globalização da Cultura no século 19, que ocorreu no final de agosto no IEL e Universidade de São Paulo (USP), com apoio da FAPESP.
O evento reuniu professores e estudantes de pós-graduação de diversos países, que poderão se integrar no projeto.

“Nós estamos em fase de prospecção e estabelecimento de parcerias com pesquisadores da França, Portugal e Inglaterra, sendo que alguns já se conheciam e trabalharam juntos e outros não. E a Escola possibilitou trazer todos esses pesquisadores para passar uma semana juntos e ouvir as sugestões dos alunos, para afinar as referências”, disse Abreu.

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Universidade Planetária do Futuro
Departamento de Ciências Sociais
Diretora: Profa. Dra. Maria de Fátima Felix Rosar

Coordenação de Divulgação Cultural, Científica
e Memorial da UNIFUTURO: Ana Felix Garjan
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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A Universidade Planetária do Futuro reabre seu Fórum Acadêmico em agosto

A Universidade Planetária continua suas missões e objetivos!

Após algumas semana sem postagem, neste mês de agosto de 2013 retornamos com a divulgação de matérias importantes. 

Brasil, 01 de agosto de 2013

Abertura do espaço da Universidade do Futuro. Brasil, 28/12/2009

Na política do mundo globalizado está dada a largada para uma nova cadeia de intenções, atitudes e hábitos, diante das questões graves apresentadas pelos diversos cientistas e governantes dos 192 países que estiveram no encontro da cúpula da COP15, em dezembro de 2009. A nova estratégia de superação da crise do planeta e do mundo está sendo chamada de Nova Revolução Verde, pois o mundo já consome mais do que a natureza produz. Caberá aos homens e mulheres dos países, culturas e etnias descobrirem novas formas e hábitos que contribuam com a sustentabilidade que se faz necessária e urgente. O ano de 2010 será o Ano Internacional da Biodiversidade, e será muito importante para fechar a Primeira Década do Século XXI. A partir da Segunda Década o mundo iniciará, de forma mais veloz, o seu encontro com o Ano de 2050, onde estarão as novas fórmulas científicas que poderão garantir o futuro da humanidade do Planeta Terra. Ele é um orbe que tem seus sistemas independentes dos sistemas do homem, mas o mundo precisa refletir sobre suas atitudes em relação à natureza, aos animais, às águas, aos sistemas vivos, e às grandes causas da nossa humanidade. Brasil, 28 de dezembro de 2009. Ana Felix Garjan - Idealizadora do projeto Universidade Planetária do Futuro e membro da comissão dos fundadores da sociedade cultural, sem fins lucrativos: Grupos ARTFORUM Brasil XXI, que organizou o Plano Nossa Década 2001 - 2010 e o Programa Universidade Aberta "Telhados do Mundo" .
Nossos sites principais: : http://www.artforumunifuturobrasil.org/ - http://www.cidadeartesdomundo.com.br/ - http://www.cidadeartesdomundo.com.br/MV.html Cultura Humanista-Planetária por um mundo melhor.

Primeiro Documento Oficial da Universidade Planetária do Futuro

Aos vinte e três dias do mês de março do ano de 2010 - o último da Primeira Década do Século XXI foi realizado um Fórum – Conferência dos fundadores, diretores e consultores dos Grupos Artforum Brasil XXI e da Universidade Planetária do Futuro, após reuniões, roteiros metodológicos e projetos especiais registraram a organização da estrutura da Universidade Planetária do Futuro, considerando a primeira reunião realizada em dezembro de 2009. Foram aprovados artigos do documento filosófico da UNIFUTURO, para fins de sua institucionalização, em nome da História, da Filosofia, da Ciência e da Cultura Humanista-Planetária. ***ARTIGOS APROVADOS ***Artigo I - Que a ética humana, as filosofias, ciências, culturas, literaturas, linguagens e as tecnologias de todas as áreas e setores do mundo se voltem para a construção de novos projetos que contribuam para a construção de um novo mundo justo, pacífico e humanizado, nas próximas décadas, séculos e milênios. *** Artigo II - Que possamos contribuir com a justiça e a paz mundial, a partir de efetivas mudanças e da transformação da sociedade mundial e seus sistemas. Que sejam vivos e reais os Direitos e Deveres da Humanidade para com a Pessoa Humana, a Natureza, os Animais e o Planeta. Desejamos que sejam concretas as atitudes humanas e a solidariedade em prol de um mundo mais humanizado. ** Artigo III - Que os direitos humanos sejam respeitados em todos os países e territórios do mundo político e social. Que as Filosofias, Ciências, Culturas e Artes sejam conexões de justiça para os povos e cidades abandonadas do mundo. Que haja Justiça e Paz para as mulheres e seus filhos mortos/desaparecidos no Brasil e em todos os países. ***Artigo IV - Que todas as ciências, tecnologias, artes, linguagens estéticas, literatura e atitudes humanas contribuam para as mudanças que se fazem necessárias e urgentes, para a transformação da sociedade mundial. ***** Artigo V - Que as pessoas, grupos, comunidades, associações, organizações e instituições e governos cumpram com seus deveres e com seu papel transformador, no âmbito da sociedade onde estão inseridas. Que todo saber e conhecimento contribuam para o novo tempo do mundo, nesse início da segunda década do século XXI. ** Conclusão em síntese: Somos todos sementes da arte da humanidade da Terra, através da cultura, das ciências humanas, das ciências sociais e das tecnologias humanizadas, neste ano de 2010, e em nosso país, o Brasil que registra seus 510 anos de história, educação, cultura e literatura. *Somos semeadores do futuro e passageiros do amanhã. Que haja transformação das sociedades, em prol da Justiça e Paz da humanidade.*** Brasil, 23 de março de 2010 - Século XXI-Terceiro Milênio. Assinam este documento os Fundadores, Diretores, Coordenadores e Consultores da Universidade Planetária do Futuro. Brasil, 23 de março de 2010 - Último ano da 1ª Década do Século XXI.

Homenagens da Universidade Planetária do Futuro, em 2010

Nosso Tributo à África - seu povo e cultura; às Américas; aos cinco continentes, aos mares, oceanos, terras, povos do mundo, à diversidade cultural de hoje e do futuro. Homenagem ao Brasil - Cinco séculos de história, cultura e instituições oficiais. Homenagem aos representantes das etnias que formaram o povo brasileiro, e ao seu futuro. Homenagem aos grandes nomes da História, da Educação, da Cultura e Ciências, e das áreas do conhecimento científico desenvolvidos ao longo dos três milênios, nos séculos e décadas do mundo. Homenagem aos que lutaram e lutam pela Justiça e Paz Mundial em prol de um Mundo Melhor. Homenagem e reconhecimento às pessoas, grupos e organizações que trabalham pela Educação e Cultura Humanista - Planetária, em prol da nossa humanidade, da natureza e do planeta. Brasil, janeiro de 2010. Conselho Universitário, Diretores, Coordenadores e Consultores da Universidade Planetária do Futuro.

Universidade Planetária: Filosofias, Culturas e Ciências 2011.

*UNIVERSIDADE PLANETÁRIA DO FUTURO - Aos 25 dias de setembro de 2011 foi celebrado e divulgada e estrutura administrativa da Universidade Planetária do Futuro, para que ela possa atingir seus objetivos e missões. A presidência será formada por membros do Conselho Diretor , Coordenadores e Colaboradores. *Estrutura da Universidade Planetária do Futuro - UNIFUTURO: *Centro de Ciências Sociais *Centro de Pesquisa e Ciências do Meio Ambiente. *Departamento de Arte Educação. *Departamento de Comunicação, Divulgação Científica e Cultural. *Departamento de Projetos Especiais. *A Representação e divulgação da Unifuturo será desenvolvida através de sites, blogs e páginas em redes sociais *** Brasil, 25 de setembro de 2011. Bem-Vindos! Welcome! Bienvenidos!

Somos passageiros do futuro e trabalhamos pelo Mundo Melhor.

O "Manifesto Verde pela Paz da Humanidade e do Planeta", dos Grupos ArtForum Brasil XXI foi escrito em 2001, como resultado de fóruns e diálogos dos Grupos Artforum Renasissance vie Universelle, Artforum Mundi Planet, com grupos universitários e organizações de cultura e meio ambiente. Os fóruns foram coordenados por Ana Felix Garjan, que elaborou o texto - mantra do Manifesto Verde Pela Paz da Humanidade e do Planeta, em 2001. O manifesto inspirou a "Carta Magna" da Universidade Planetária do Futuro - 2ª Década do século XXI. *****Manifesto Verde pela Paz da Humanidade e do Planeta: http://www.cidadeartesdomundo.com.br/MV.html

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