* UNIVERSIDADE PLANETÁRIA DO FUTURO, fundada em janeiro de 2010, pelos Grupos ARTFORUM Brasil XXI

*** Século XXI. A Universidade Planetária do Futuro - UNIFUTURO foi organizada em 2009.São seus Fundadores: As famílias: D.G.F.C., M. F. F. R., A.M.F.G., J.L.C.F. J.L.C.F. Os fundadores são patronos dos Grupo ARTFORUM Brasil XXI que foi organizado em 2001- XXI. Setores UNIFUTURIO: Conselho Universitário, Diretores de áreas acadêmicas, departamento e Grupos de pesquisa, comunicação, edição, divulgação de suas e matérias, artigos institucionais, academias, revistas, sites, blogs e matérias de convidados, como professores, doutores, jornalistas, e homenagens especiais. *** Enunciados da Carta Magna da UNIFUTURO: Os fundadores, patronos, a presidência, diretores, consultores e diretores do presidência do Grupo ARTFORUM Brasil XXI, do seu Projeto especial, Universidade Planetária do Futuro prestam tributo à Humanidade, à Paz Mundial, ao Brasil de 5 séculos; Aos povos da África e do mundo; A todas as etnias que formam o povo brasileiro; Às montanhas e aos picos da Terra; A todas as florestas; águas, oceanos, mares, rios, riachos e fuos de água dos cinco continentes; À Amazônia sua biodiversidade e à biodiversidade brasileira e do planeta. Brasil, março de 2009, Séc. XXI. Boas vindas! Bienvenidos! Welcome#

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Justiça para a morte cruel de Cecil






















Justice for the death of Lion Cecil!

Justicia por la muerte de León Cecil!

Justice pour la mort du Lion Cecil!

Giustizia per la morte di Leone Cecil!

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http://revistaartforumcultural.blogspot.com.br/2015/07/lamentamos-morte-do-leao-cecil.html



Brasil, 31 de julho de 2015
Universidade Planetária do Futuro - Ano V
Grupo ARTFORUM Brasil XXI - 15 anos
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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Carta ao futuro 2100, por Ana Felix Garjan

Primeira carta ao Futuro "Ano 2100"
(Escrita por Ana Felix Garjan, em julho de 2008).

Olá, pessoas do futuro do ano 2100!


Nós, habitantes do Planeta Terra estamos nesse dia 9 de julho do ano de 2008, no século XXI do Terceiro Milênio do Mundo, tentando sintonizar por ondas magnéticas e metafísicas, um canal de sutil comunicação com vocês de um futuro para nós muito distante, mas possível de imaginá-lo, e até de sent-lo na pulsação de nossas mentes que gostariam de ver o futuro de perto, ou seja, gostaríamos de estar nesse futuro do qual temos uma certa qualidade de saudade pois nunca o conheceremos, no futuro, nunca esteremos nesse tempo, vivendo na mesma contemporaneidade do tempo imaginário do homem, mas podemos aqui, tão longamente distante no tempo, espaço e velocidade, perceber esse novo tempo do amanhã que não existe nem existirá na nossa pós-modernidade, mesmo que pudéssemos ser congelados, durante dezenas de anos.

No atual século XXI, ano 2008, o homem está em busca de mais conhecimento científico sobre a cadeira genética biológica, através da alta tecnologia de ponta das ciências atômicas e astronômicas.
Os cientistas, pesquisadores e indústrias específicas desenvolvem programas e projetos que visam a construção de imensas turbinas chamadas de ACELERDOR LHC, que possui 27 quilômetros de extensão, por onde devem passar milhares e milhares de partículas subatômicas que serão aceleradas a 99,9% da velocidade da luz. 

Os governos da França e da Suíça estão unidos numa aventura científica, reunindo pesquisadores, cientistas, engenheiros, e grande equipe de especialistas para seguirem uma importante programa, que planeja a construção do maior acelerador de partículas do mundo, para produzir os fenômenos que sucederam ao Big Bang.

Na realidade a ciência já possui os códigos da teoria de uma grande expansão que foi o Big Bang, ocorrida há 13, 7 bilhões de anos, que é aceita pelos cientistas para uma possível explicação da origem e evolução do Universo. O novo acelerador de partículas subatômicas LHC vai ajudar a entender o fenômeno. Essa máquina, segundo os cientistas, poderá "brincar de Deus".

Como era o universo antes da súbita expansão inicial, o Big Bang, é o que os cientistas querem saber. Essa máquina de brincar de DEUS encontra-se instalada em Genebra, Suíça. A tal partícula que os cientistas procuram é chamado de Bóson de Higgs. 

Mas o que havia, mesmo, antes do início do Tempo e da grande Primeira palavra de Deus... "Faça-se a Luz e o Universo"? Não saberemos responder, nem a ciência ainda respondeu. Desde o universo pensado de EINSTEIN, o homem persegue a ciência, atrás da luz. No início era apenas um ponto minúsculo que concentrava toda a energia do cosmo. Tentar entender como daí surgiu o universo levou a humanidade a sua mais extraordinária aventura tecnológica, atualmente.

Vislumbramos um lindo futuro de paz, amor, harmonia entre todos os reinos existente em nosso planeta do futuro onde todos vocês se encontram agora-amanhã, no outro lado do portal da sinergia dos tempos entre o ontem e o amanhã na Terra. Estamos enviando às pessoas do futuro, nossas notícias deste mês de julho de 2008.

Vocês, habitantes do futuro, que lerem essa carta, podem ter certeza que todos nós estamos fazendo a nossa parte, para que o planeta do ano 2100, onde você se encontram agora, esteja vivo, respire, seja verde, cheio de árvores, jardins, flores, pássaros, borboletas azuis e de todas as cores, belos animais, grandes florestas, rios, oceanos, passeios em águas cristalinas, em mares e praias ensolaradas, sob a luz de belo pôr - de - sol, noites românticas de lua cheia, passeios tranquilos em carros que voam sobre as cidades, para que não haja mais caos no trânsito, como atualmente, e para que não haja mais o aumento da poluição atmosférica que prova os buracos negros.

Desejamos que vocês, descendentes e habitantes da Terra em 2100, que estão no nosso futuro e no tempo presente de vocês, haja paz, porque nós lutamos muito para tentar salvar a natureza, os animais e o planeta das grandes crises climáticas e desastres ambientais, que assistimos, todos os dias. E o planeta está sofrendo....

Desejamos que vocês que se encontram nesse futuro imaginado por mim, estejam passeando em Marte - o planeta vermelho, nosso vizinho da Terra, que a essa altura dos tempos, já deve ter sido transformado em uma estação espacial cósmica, em um continente continente habitado por doutores da inteligência cibernética espacial, cósmica. Vocês já estão, com certeza, assistindo a grande concertos siderais de música clássica, universal, e talvez curtem baladas de samba, bossa novam jazz e blues news music!

Queremos contar um pouco mais sobre as noticias mais recentes do atual mundo planetário em que vivemos, através das próximas cartas. A nossa realidade aqui imagina a realidade de vocês aí em 20100. Ainda não conseguimos gravar essa primeira carta em um chip especial que está localizado no cérebro de vocês, para que essa carta seja escutada através de seus meta-aplicativos invisíveis.

A humanidade global vive difíceis tempos de crise econômica na maior parte dos países, e esse grave problema afeta a educação, a saúde, cultura, artes, pequenas e médias empresas a as famílias.  

Estaremos e estaremos unidos pelo DNA da vida, de alguma forma.



Mundo, esquina da vida planetária
Universidade Planetária do Futuro
Ana Felix Garjan
Artforum Brasil XXI
Amor e Arte pela Paz

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Artigo de Leonardo Boff, em Outras Palavras

Em continuidade aos roteiros de divulgação científica, tecnológica, literária e cultural, a Universidade Planetária do Futuro - Ano V, divulga o artigo de Leonardo Boff, sobre a "ecologia integral" abordada na recente encíclica de autoria do Para Francisco. Esse artigo foi publicado, também, no site da organização "Outras Palavras", a seguir:

Boff explica a “ecologia integral” da encíclica

– on 11/07/2015Categorias: DesigualdadesDestaquesMeio AmbienteMundo
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150711-Boff
“Laudato Si” denuncia “submissão da Política à Tecnologia e Finança”, enxerga-a como raiz da crise ambiental e social e sustenta: única alternativa é mobilização. Por isso, defensores do sistema querem silenciá-la
Por Leonardo Boff, com apresentação de Ivo Lesbaupin

No dia 18 de junho, o Papa Francisco deu a conhecer sua encíclica “Laudato Si – sobre o cuidado da casa comum”. Anteriormente à sua publicação, o texto tinha sofrido pressões de setores conservadores, especialmente nos Estados Unidos, para evitar certos temas. De nada adiantou, sua encíclica enfrenta a temática do cuidado da Mãe Terra sem medir palavras quanto às causas da degradação ambiental do planeta. Depois de fazer uma síntese das principais conclusões científicas sobre as condições ambientais, o aquecimento global, as mudanças climáticas, ele aborda “a raiz humana da crise ecológica” que ele designa como “o paradigma tecnocrático dominante”.

“O paradigma tecnocrático tende a exercer o seu domínio também sobre a economia e a política. A economia assume todo o desenvolvimento tecnológico em função do lucro, sem prestar atenção a eventuais consequências negativas para o ser humano. A finança sufoca a economia real” (n. 109). Critica a ideia de que “as forças invisíveis do mercado” sejam capazes de regular a economia assim como controlar a situação ambiental.

A causa principal é a atividade humana, nos dois últimos séculos, “particularmente agravado pelo modelo de desenvolvimento baseado no uso intensivo de combustíveis fósseis, que está no centro do sistema energético mundial” (n. 23). Enquanto mantivermos o atual modelo de produção e de consumo, não haverá solução.
Face à gravidade da situação que vivemos, o Papa denuncia a fraqueza da reação política internacional. “A submissão da política à tecnologia e à finança demonstra-se na falência das cúpulas mundiais sobre o meio ambiente. Há demasiados interesses particulares e, com muita facilidade, o interesse econômico chega a prevalecer sobre o bem comum e manipular a informação para não ver afetados os seus projetos” (n. 54).

Depois de mostrar que a pobreza e degradação ambiental têm uma mesma raiz, ele afirma: “não há duas crises separadas: uma ambiental e outra social; mas uma única e complexa crise sócio-ambiental. As diretrizes para a solução requerem uma abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza” (n. 139).

O Papa tem uma clara postura de esperança. Ele conclama os cidadãos e cidadãs, a sociedade civil, a se mobilizar para exigir mudanças. Mostra transformações que já estão ocorrendo em diferentes lugares, experiências práticas que revelam uma outra postura.
Para Francisco, “o meio ambiente é um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos” (n. 95). Ele propõe como solução uma “ecologia integral”, ambiental, econômica e social. “Pensando no bem comum, hoje precisamos imperiosamente que a política e a economia, em diálogo, se coloquem decididamente ao serviço da vida, especialmente da vida humana” (n. 189). É preciso redefinir o desenvolvimento: para que apareçam novos modelos de progresso, precisamos de “converter o modelo de desenvolvimento global”, e “isto implica refletir responsavelmente “sobre o sentido da economia e dos seus objetivos, para corrigir as suas disfunções e deturpações”” (n. 194).

Vamos publicar a seguir artigos de diferentes autores que procuram aprofundar o sentido desta obra. O primeiro é o de Leonardo Boff. Fique com ele (Ivo Lesbaupineditor da seção especial “Outro Desenvolvimento”).

Antes de qualquer comentário vale enfatizar algumas singularidades da encíclica Laudato sido Papa Francisco.
É a primeira vez que um Papa aborda o tema da ecologia no sentido de uma ecologia integral (portanto que vai além da ambiental) de forma tão completa. Grande surpresa: elabora o tema dentro do novo paradigma ecológico, coisa que nenhum documento oficial da ONU até hoje fez. Fundamental é seu discurso com os dados mais seguros das ciências da vida e da Terra. Lê os dados afetivamente (com a inteligência sensível ou cordial), pois discerne que por detrás deles se escondem dramas humanos e muito sofrimento também por parte da mãe Terra.

A situação atual é grave, mas o Papa Francisco sempre encontra razões para a esperança e para a confiança de que o ser humano pode encontrar soluções viáveis. Honra os Papas que o antecederam, João Paulo II e Bento XVI, citando-os com frequência. E algo absolutamente novo: seu texto se inscreve dentro da colegialidade, pois valoriza as contribuições de dezenas de conferências episcopais do mundo inteiro que vão dos EUA, da Alemanha, do Brasil, da Patagonia-Camauhe até do Paraguai. Acolhe as contribuições de outros pensadores como os católicos Pierre Teilhard de Chardin, Romano Guardini, Dante Alighieri, de seu mestre argentino Juan Carlos Scannone, do protestante, Paul Ricoeur e do muçulmano sufi Ali Al-Khawwas. Por fim, os destinatários são todos os seres humanos, pois todos são habitantes da mesma casa comum (palavra muito usada pelo Papa) e padecem das mesmas ameaças.

O Papa Francisco não escreve na qualidade de Mestre e Doutor da fé mas como um Pastor zeloso que cuida da casa comum e de todos os seres, não só dos humanos, que habitam nela.
Um elemento merece ser ressaltado, pois revela a ”forma mentis” (a maneira de organizar seu pensamento) do Papa Francisco. Este é tributário da experiência pastoral e teológica das igrejas latino-americanas que à luz dos documentos do episcopado latinoamericano (CELAM) de Medellin (1968), de Puebla(1979) e de Aparecida (2007) fizeram uma opção pelos pobres contra a pobreza e em favor da libertação.

O texto e o tom da encíclica são típicos do Papa Francisco e da cultura ecológica que acumulou. Mas me dou conta de que também muitas expressões e modos de falar remetem ao que vem sendo pensado e escrito principalmente na América Latina. Os temas da “casa comum”, da “mãe Terra”, do“grito da Terra e do grito dos pobres”, do “cuidado”, da “interdependência entre todos os seres, “do valor intrínseco de cada ser”, dos “pobres e vulneráveis” da “mudança de paradigma” do “ser humano como Terra” que sente, pensa, ama e venera, da “ecologia integral” entre oturos, são recorrentes entre nós.

A estrutura da encíclica obedece ao ritual metodológico usado por nossas igrejas e pela reflexão teológica ligada à prática de libertação, agora assumida e consagrada pelo Papa: ver, julgar, agir e celebrar.
Primeiramente, revela sua fonte de inspiração maior: São Francisco de Assis, chamado por ele de “exemplo por excelência de cuidado e de uma ecologia integral e que mostrou uma atenção especial aos pobres e abandonados”(n.10; 66).

E então começa com o ver: ”O que está acontecendo à nossa casa” (nn.17-61). Afirma o Papa :”basta olhar a realidade com sinceridade para ver que há uma deterioração de nossa casa comum” (n.61). Nesta parte incorpora os dados mais consistentes com referência às mudanças climáticas (nn.20-22), à questão da água (n.27-31), à erosão da biodiversidade (nn.32-42), à deterioração da qualidade da vida humana e à degradação da vida social (nn.43-47), denucía a alta taxa de iniquidade planetária, afetando todos os âmbitos da vida (nn.48-52) sendo que as principais vítimas são os pobres (n. 48).

Nesta parte, traz uma frase que nos remete à reflexão feita na América Latina: ”Hoje não podemos desconhecer que uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social que deve integrar a justiça nas discussões sobre o ambiente para escutar tanto o grito da Tera quanto o grito dos pobres” (n.49). Logo a seguir acrescenta: ”gemidos da irmã Terra se unem aos gemidos dos abandonados deste mundo” (n.53). Isso é absolutamente coerente, pois logo no início diz que “nós somos Terra” (n.2; cf. Gn 2,7), bem na linha do grande cantor e poeta indígena argentino Athaulpa Yupanqui: ”o ser humano é Terra que caminha, que sente, que pensa e que ama”.
Condena a proposta de internacionalização da Amazônia que “apenas serviria aos intereses da multinacionais” (n.38). Há uma afirmação de grande vigor ético: ”é gravíssima iniquidade obter importantes benefícios fazendo pagar o resto da humanidade, presente e futura, os altíssimos custos da degradação ambiental” (n.36).
Com tristeza reconhece: ”nunca temos ofendido nossa casa comum como nos últimos dois séculos” (n.53). Face a esta ofensiva humana contra a mãe Terra que muitos cientistas denunciaram como a inauguração de uma nova era geológica -o antropoceno – lamenta a debilidade dos poderes deste mundo que, iludidos, “pensam que tudo pode continuar como está” como alibi para “manter seus hábitos autodestrutivos” (n.59) com “um comportamento que parece suicida” (n.55).

Prudente, reconhece a diversidade das opiniões (nn.60-61) e que “não há uma única via de solução (n.60). Mesmo assim “é certo que o sistema mundial é insustentável sob vários pontos de vista porque deixamos de pensar os fins do agir humano” (n.61) e nos perdemos na construção de meios destinados à acumulação ilimitada à custa da injustiça ecológica (degração dos ecossistemas) e da injustiça social (empobrecimento das populações). A humanidade simplesmente “defraudou a esperança divina” (n.61).
O desafio urgente, então, consiste em “proteger nossa casa comum” (n.13); e para isso precisamos, citando ao Papa João Paulo II : “de uma conversão ecológica global” (n.5); “uma cultura do cuidado que impregne toda a sociedade” (n.231).

Realizada dimensão do ver, se impõe agora a dimensão do julgar. Esse julgar é realizado por duas vertentes, uma científica e outra teológica.
Vejamos a científica. A encíclica dedica todo o terceiro capítulo na análise “da raíz humana da crise ecológica”(nn.101-136). Aqui o Papa se propõe analisar a tecnociência, sem preconceitos, acolhendo o que ela trouxe de“coisas preciosas para melhorar a qualidade de vida do ser humano”(n. 103). Mas este não é o problema. Ela se independizou, submeteu a economia, a política e a natureza em vista da acumulação de bens materiais (cf. n.109). Ela parte de um pressuposto equivocado que é a “disponibilidade infinita dos bens do planeta” (n.106), quando sabemos que já encostamos nos limites físicos da Terra e grande parte dos bens e serviços não são renováveis. A tecnociência se tornou tecnocracia, uma verdadeira ditadura com sua lógica férrea de domínio sobre tudo e sobre todos (n.108).

A grande ilusão, hoje dominante, reside na crença de que com a tecnociência se podem resolver todos os problemas ecológicos. Essa é uma diligência enganosa porque “implica isolar as coisas que estão sempre conexas” (n.111). Na verdade, “tudo é relacionado” (n.117), “tudo está em relação”(n.120), uma afirmação que perpassa todo o texto da encíclica como um ritornelo, pois é um conceito-chave do novo paradigma contemporâneo. O grande limite da tecnocracia está no fato de “fragmentar os saberes e perder o sentido de totalidade (n.110)“. O pior é “não reconhecer o valor intrínseco de cada ser e até negar um peculiar valor do ser humano” (n.118).
O valor intrínseco de cada ser, por minúsculo que seja, é permanentemente enfatizado pela encíclica (n.69) , como o faz a Carta da Terra. Negando esse valor intrínseco estamos impedindo que “cada ser comunique a sua mensagem e dê glória a Deus” (n.33).

O desvio maior produzido pela tecnocracia é o antropocentrismo moderno. Seu pressuposto ilusório é que as coisas apenas possuem valor na medida em que se ordenam ao uso humano, esquecendo que sua existência vale por si mesmo (n.33). Se é verdade que tudo está em relação, então,”nós seres humanos somos unidos como irmãos e irmãs e nos unimos com terno afeto ao irmão sol, à irmã lua, ao irmão rio e à mãe Terra” (n.92). Como podemos pretender dominá-los e vê-los na ótica estreita da dominação por parte do ser humano?

Todas estas “virtudes ecológicas” (n.88) são perdidas pela vontade de poder como dominação dos outros e da natureza. Vivemos uma angustiante “perda do sentido da vida e da vontade de viver juntos” (n.110). Cita algumas vezes o teólogo italo-alemão Romano Guardini (1885-1968), um dos mais lidos nos meados do século passado e que escreveu um livro critico contra as pretensões da modernidade (n.83: Das Ende der Neuzeit, 1959).

A outra vertente do julgar é de cunho teológico. A encíclica reserva um bom espaço ao “Evangelho da Criação” (nn. 62-100). Parte justificando a contribuição das religiões e do cristianismo, pois sendo a crise global, cada instância deve, com o seu capital religioso, contribuir para o cuidado da Terra (n.62). Não insiste nas doutrinas mas na sabedoria presente nos vários caminhos espirituais. O cristianismo prefere falar de criação ao invés de natureza, pois “criação tem a ver com um projeto de amor de Deus” (n.76). Cita, mais de uma vez, um belo texto do livro da Sabedoria (21,24) onde aparece claro que “a criação é da ordem do amor” (n.77) e que Deus emerge como “o Senhor amante da vida” (Sab 11,26).

O texto se abre para uma visão evolucionista do universo, sem usar a palavra, mas fazendo um circunlóquio, referindo-se ao universo “composto por sistemas abertos que entram em comunhão uns com os outros” (n.79). Utiliza os principais textos que ligam Cristo encarnado e ressuscitado com o mundo e com todo o universo, tornando sagrada a matéria e toda a Terra (n.83). É neste contexto que cita P. Teilhard de Chardin (1881-1955, n. 83 nota 53) como precursor desta visão cósmica.

O fato de o Deus-Trindade ser relação de divinas Pessoas tem como consequência que todas as coisas em relação sejam ressonâncias da Trindade divina (n.240).
Citando o patriarca ecumênico Bartolomeu, da Igreja ortodoxa, “reconhece que os pecados contra a criação são pecados contra Deus” (n.7). Daí a urgência de uma conversão ecológica coletiva que refaça a harmonia perdida.
A encíclica conclui esta parte, acertadamente: ”a análise mostrou a necessidade de uma mudança de rumo…
devemos sair da espiral de autodestruição em que nos estamos afundando” (n.163). Não se trata de uma reforma, mas, citando a Carta da Terra, de buscar “um novo começo” (n.207). A interdependência de todos com todos nos leva a pensar “num só mundo com um projeto comum”(n.164).

Já que a realidade apresenta mútiplos aspectos, todos intimamente relacionados, o Papa Francisco propõe uma “ecologia integral”que vai além da costumeira ecologia ambiental (n.137). Ela recobre todos os campos, o ambiental, o econômico, o social, o cultural, o espiritual e também a vida cotidiana (n. 147-148). Nunca esquece os pobres que testemunham também sua forma de ecologia humana e social, vivendo laços de pertença e de solidariedade de uns para com os outros (n.149).

O terceiro passo metodológico é o agir. Nesta parte, a encíclica se atém aos grandes temas da política internacional, nacional e local (nn.164-181). Sublinha a interdependência do social e do educacional com o ecológico e constata lamentavelmente os constrangimentos que o predomínio da tecnocracia traz, dificultando mudanças que refreiam a voracidade da acumulação e do consumo e que podem inaugurar o novo (n.141). Retoma o tema da economia e da política que devem servir ao bem comum e criar as condições de uma plenitude humana possível (n.189-198). Volta a insistir no diálogo entre a ciência e a religião, como vem sendo sugerido pelo grande biólogo Edward O.Wilson (cf. o livro A criação: como salvar a vida na Terra, 2008). Todas as religiões “devem buscar o cuidado da natureza e a defesa dos pobres” (n.201).

Ainda no aspecto do agir desafia a educação no sentido de criar a “cidadania ecológica” (n.211) e um novo estilo de vida, assentado sobre o cuidado, a compaixão, a sobriedade compartida, a aliança entre humanidade e o ambiente, pois ambos estão umbilicalmente ligados e a corresponsabilidade por tudo o que existe e vive e pelo nosso destino comum (nn.203-208).

Por fim, o momento do celebrar. A celebração se realiza num contexto de “conversão ecológica”(n.216) que implica uma “espiritualidade ecológica”(n.216). Esta deriva não tanto das doutrinas teológicas mas das motivações que a fé suscita para cuidar da casa comum e “alimentar uma paixão pelo cuidado do mundo” (216). Tal vivência é antes uma mística que mobiliza as pessoas a viverem o equilíbrio ecológico, “aquele interior consigo mesmo, aquele solidário com os outros, aquele natural com todos os seres vivos e aquele espiritual com Deus” (n.210). Aí aparece como verdadeiro que “o menos é mais” e que podemos ser felizes com o pouco.
No sentido de celebração “o mundo é mais que uma coisa a se resolver, é um mistério grandioso para ser contemplado na alegria e no louvor”(n.12).

O espírito terno e fraterno de São Francisco de Assis perpassa todo o texto da encíclica Laudato sí. A situação atual não significa uma tragédia anunciada, mas um desafio para cuidarmos da casa comum e uns dos outros. Há no texto leveza, poesia e alegria no Espírito e inabalável esperança de que se grande é a ameaça, maior ainda é a oportunidade de solução de nossos problemas ecológicos.

Termina, poeticamente com as palavras “Para além do sol”, dizendo: “caminhemos cantando. Que nossas lutas e nossas preocupações por esse planeta não nos tirem a alegria da esperança” (n.244).
Apraz-me terminar com as palavras finais da Carta da Terra, que o proprio Papa cita (n.207): “Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade e pela intensificação no compromisso pela justiça e pela paz e pela alegre celebração da vida”.
[Este texto, publicado originalmente no blog de Leonardo Boff, será um capitulo de um livro em italiano “Curare la Terra”, Editrice EMI, Bologna 2015].


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Brasil, 20 de julho de 2015

Universidade Planetária do Futuro - Ano V
- Departamento de Divulgação Científica
-Diretora de Conteúdos:
Profa. Dra. Maria de Fátima Félix
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Coordenação de edição:
Ana Felix Garjan
anafelixgarjan@gmail.com

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Abertura do espaço da Universidade do Futuro. Brasil, 28/12/2009

Na política do mundo globalizado está dada a largada para uma nova cadeia de intenções, atitudes e hábitos, diante das questões graves apresentadas pelos diversos cientistas e governantes dos 192 países que estiveram no encontro da cúpula da COP15, em dezembro de 2009. A nova estratégia de superação da crise do planeta e do mundo está sendo chamada de Nova Revolução Verde, pois o mundo já consome mais do que a natureza produz. Caberá aos homens e mulheres dos países, culturas e etnias descobrirem novas formas e hábitos que contribuam com a sustentabilidade que se faz necessária e urgente. O ano de 2010 será o Ano Internacional da Biodiversidade, e será muito importante para fechar a Primeira Década do Século XXI. A partir da Segunda Década o mundo iniciará, de forma mais veloz, o seu encontro com o Ano de 2050, onde estarão as novas fórmulas científicas que poderão garantir o futuro da humanidade do Planeta Terra. Ele é um orbe que tem seus sistemas independentes dos sistemas do homem, mas o mundo precisa refletir sobre suas atitudes em relação à natureza, aos animais, às águas, aos sistemas vivos, e às grandes causas da nossa humanidade. Brasil, 28 de dezembro de 2009. Ana Felix Garjan - Idealizadora do projeto Universidade Planetária do Futuro e membro da comissão dos fundadores da sociedade cultural, sem fins lucrativos: Grupos ARTFORUM Brasil XXI, que organizou o Plano Nossa Década 2001 - 2010 e o Programa Universidade Aberta "Telhados do Mundo" .
Nossos sites principais: : http://www.artforumunifuturobrasil.org/ - http://www.cidadeartesdomundo.com.br/ - http://www.cidadeartesdomundo.com.br/MV.html Cultura Humanista-Planetária por um mundo melhor.

Primeiro Documento Oficial da Universidade Planetária do Futuro

Aos vinte e três dias do mês de março do ano de 2010 - o último da Primeira Década do Século XXI foi realizado um Fórum – Conferência dos fundadores, diretores e consultores dos Grupos Artforum Brasil XXI e da Universidade Planetária do Futuro, após reuniões, roteiros metodológicos e projetos especiais registraram a organização da estrutura da Universidade Planetária do Futuro, considerando a primeira reunião realizada em dezembro de 2009. Foram aprovados artigos do documento filosófico da UNIFUTURO, para fins de sua institucionalização, em nome da História, da Filosofia, da Ciência e da Cultura Humanista-Planetária. ***ARTIGOS APROVADOS ***Artigo I - Que a ética humana, as filosofias, ciências, culturas, literaturas, linguagens e as tecnologias de todas as áreas e setores do mundo se voltem para a construção de novos projetos que contribuam para a construção de um novo mundo justo, pacífico e humanizado, nas próximas décadas, séculos e milênios. *** Artigo II - Que possamos contribuir com a justiça e a paz mundial, a partir de efetivas mudanças e da transformação da sociedade mundial e seus sistemas. Que sejam vivos e reais os Direitos e Deveres da Humanidade para com a Pessoa Humana, a Natureza, os Animais e o Planeta. Desejamos que sejam concretas as atitudes humanas e a solidariedade em prol de um mundo mais humanizado. ** Artigo III - Que os direitos humanos sejam respeitados em todos os países e territórios do mundo político e social. Que as Filosofias, Ciências, Culturas e Artes sejam conexões de justiça para os povos e cidades abandonadas do mundo. Que haja Justiça e Paz para as mulheres e seus filhos mortos/desaparecidos no Brasil e em todos os países. ***Artigo IV - Que todas as ciências, tecnologias, artes, linguagens estéticas, literatura e atitudes humanas contribuam para as mudanças que se fazem necessárias e urgentes, para a transformação da sociedade mundial. ***** Artigo V - Que as pessoas, grupos, comunidades, associações, organizações e instituições e governos cumpram com seus deveres e com seu papel transformador, no âmbito da sociedade onde estão inseridas. Que todo saber e conhecimento contribuam para o novo tempo do mundo, nesse início da segunda década do século XXI. ** Conclusão em síntese: Somos todos sementes da arte da humanidade da Terra, através da cultura, das ciências humanas, das ciências sociais e das tecnologias humanizadas, neste ano de 2010, e em nosso país, o Brasil que registra seus 510 anos de história, educação, cultura e literatura. *Somos semeadores do futuro e passageiros do amanhã. Que haja transformação das sociedades, em prol da Justiça e Paz da humanidade.*** Brasil, 23 de março de 2010 - Século XXI-Terceiro Milênio. Assinam este documento os Fundadores, Diretores, Coordenadores e Consultores da Universidade Planetária do Futuro. Brasil, 23 de março de 2010 - Último ano da 1ª Década do Século XXI.

Homenagens da Universidade Planetária do Futuro, em 2010

Nosso Tributo à África - seu povo e cultura; às Américas; aos cinco continentes, aos mares, oceanos, terras, povos do mundo, à diversidade cultural de hoje e do futuro. Homenagem ao Brasil - Cinco séculos de história, cultura e instituições oficiais. Homenagem aos representantes das etnias que formaram o povo brasileiro, e ao seu futuro. Homenagem aos grandes nomes da História, da Educação, da Cultura e Ciências, e das áreas do conhecimento científico desenvolvidos ao longo dos três milênios, nos séculos e décadas do mundo. Homenagem aos que lutaram e lutam pela Justiça e Paz Mundial em prol de um Mundo Melhor. Homenagem e reconhecimento às pessoas, grupos e organizações que trabalham pela Educação e Cultura Humanista - Planetária, em prol da nossa humanidade, da natureza e do planeta. Brasil, janeiro de 2010. Conselho Universitário, Diretores, Coordenadores e Consultores da Universidade Planetária do Futuro.

Universidade Planetária: Filosofias, Culturas e Ciências 2011.

*UNIVERSIDADE PLANETÁRIA DO FUTURO - Aos 25 dias de setembro de 2011 foi celebrado e divulgada e estrutura administrativa da Universidade Planetária do Futuro, para que ela possa atingir seus objetivos e missões. A presidência será formada por membros do Conselho Diretor , Coordenadores e Colaboradores. *Estrutura da Universidade Planetária do Futuro - UNIFUTURO: *Centro de Ciências Sociais *Centro de Pesquisa e Ciências do Meio Ambiente. *Departamento de Arte Educação. *Departamento de Comunicação, Divulgação Científica e Cultural. *Departamento de Projetos Especiais. *A Representação e divulgação da Unifuturo será desenvolvida através de sites, blogs e páginas em redes sociais *** Brasil, 25 de setembro de 2011. Bem-Vindos! Welcome! Bienvenidos!

Somos passageiros do futuro e trabalhamos pelo Mundo Melhor.

O "Manifesto Verde pela Paz da Humanidade e do Planeta", dos Grupos ArtForum Brasil XXI foi escrito em 2001, como resultado de fóruns e diálogos dos Grupos Artforum Renasissance vie Universelle, Artforum Mundi Planet, com grupos universitários e organizações de cultura e meio ambiente. Os fóruns foram coordenados por Ana Felix Garjan, que elaborou o texto - mantra do Manifesto Verde Pela Paz da Humanidade e do Planeta, em 2001. O manifesto inspirou a "Carta Magna" da Universidade Planetária do Futuro - 2ª Década do século XXI. *****Manifesto Verde pela Paz da Humanidade e do Planeta: http://www.cidadeartesdomundo.com.br/MV.html

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