* UNIVERSIDADE PLANETÁRIA DO FUTURO, fundada em janeiro de 2010, pelos Grupos ARTFORUM Brasil XXI

*** Século XXI. A Universidade Planetária do Futuro - UNIFUTURO foi organizada em 2009.São seus Fundadores: As famílias: D.G.F.C., M. F. F. R., A.M.F.G., J.L.C.F. J.L.C.F. Os fundadores são patronos dos Grupo ARTFORUM Brasil XXI que foi organizado em 2001- XXI. Setores UNIFUTURIO: Conselho Universitário, Diretores de áreas acadêmicas, departamento e Grupos de pesquisa, comunicação, edição, divulgação de suas e matérias, artigos institucionais, academias, revistas, sites, blogs e matérias de convidados, como professores, doutores, jornalistas, e homenagens especiais. *** Enunciados da Carta Magna da UNIFUTURO: Os fundadores, patronos, a presidência, diretores, consultores e diretores do presidência do Grupo ARTFORUM Brasil XXI, do seu Projeto especial, Universidade Planetária do Futuro prestam tributo à Humanidade, à Paz Mundial, ao Brasil de 5 séculos; Aos povos da África e do mundo; A todas as etnias que formam o povo brasileiro; Às montanhas e aos picos da Terra; A todas as florestas; águas, oceanos, mares, rios, riachos e fuos de água dos cinco continentes; À Amazônia sua biodiversidade e à biodiversidade brasileira e do planeta. Brasil, março de 2009, Séc. XXI. Boas vindas! Bienvenidos! Welcome#

segunda-feira, 28 de março de 2016

Rascunhos de Michelangelo foram fotografados em sala secreta na Itália, em 2013




Arquivos de assuntos culturais que divulgamos
como
 matéria de memória da UNIFUTURO.
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A Universidade Planetária do Futuro - UNIFUTURO - ANO VI divulga importante matéria divulgada pela Internet, em diversos portais, em junho de 2013:

Rascunhos de Michelangelo foram fotografados em sala secreta na Itália








Michelangelo Buonarrotti (1475 – 1564)

Os desenhos de Michelangelo estão em paredes da Basílica di San Lorenzo, em Florença.

Desenho de Michelangelo na sala secreta da capela Medici da Basilica di San Lorenzo, em Florença (Foto: Claudio Giovannini/AFP)Desenho de Michelangelo na sala secreta da capela Medici, na Basilica di San Lorenzo, em Florença (Foto: Claudio Giovannini/AFP)

Fotos divulgadas pela agência AFP mostram uma série de desenhos de Michelangelo na parede da sala secreta que fica abaixo da nova sacristia da capela Medici, na Basílica di San Lorenzo, em Florença, na Itália. O local abriga os túmulos da família Medici, da qual fazia parte o papa Leão X.

Em 1516, o então líder da Igreja Católica encomendou ao artista uma luxuosa fachada para a capela. Após três anos de intensas pesquisas e trabalho, no entanto, o pedido foi cancelado sem qualquer justificativa, deixando Michelangelo furioso.
Desenho de Michelangelo na sala secreta da capela Medici da Basilica di San Lorenzo, em Florença (Foto: Claudio Giovannini/AFP)Desenho de Michelangelo na sala secreta da capela Medici, na Basilica di San Lorenzo, em Florença (Foto: Claudio Giovannini/AFP)
Desenho de Michelangelo na sala secreta da capela Medici da Basilica di San Lorenzo, em Florença (Foto: Claudio Giovannini/AFP)Desenho de Michelangelo na sala secreta da capela Medici, na Basilica di San Lorenzo, em Florença (Foto: Claudio Giovannini/AFP)
Desenho de Michelangelo na sala secreta da capela Medici da Basilica di San Lorenzo, em Florença (Foto: Claudio Giovannini/AFP)Desenho de Michelangelo na sala secreta da capela Medici, na Basilica di San Lorenzo, em Florença (Foto: Claudio Giovannini/AFP)



Michelangelo (1475-1564) foi um pintor, escultor e arquiteto italiano. É considerado um dos maiores representantes do Renascimento Italiano. Suas obras famosas "Pietá", "O Juízo Final", "Moisés", "A Criação de Adão", O "Teto da Capela Sistina" são algumas das obras que eternizaram o artista. É considerado junto com Leonardo da Vinci, um dos artistas mais geniais da história do ocidente.

Michelangelo nasceu em Caprese, nas vizinhanças de Florença, Itália, em 6 de março de 1475. Na escola interessava-se apenas em desenhar. Aos 13 anos torna-se aprendiz no estúdio de Domenico Ghirlandaio, em Florença. Em 1489 ingressa na escola de escultura de Lourenço de Medici, que o hospeda em seu palácio. Convivendo com a elite nobre e intelectual, se empolga pelas ideias do Renascimento italiano.

Escultor, pintor, arquiteto e poeta, o conjunto de sua obra revela um forte apego ao ideal do homem perfeito: "Belo, Bom e Verdadeiro". Teve grande paixão pela escultura, em 1501, iniciou a escultura de "David", o jovem herói bíblico que venceu o gigante Golias, onde tentou expressar seu ideal de beleza física na plena exuberância de suas formas. Foi chamado, juntamente com Leonardo da Vinci, para decorar a "Sala Grande do Conselho, em Florença".

Em 1505, foi para Roma, chamado pelo Papa Júlio II, para reconstruir a Catedral de São Pedro e a edificação de seu mausoléu. Michelangelo foi a Carrara escolher pessoalmente os mármores para seu trabalho. Tão logo começou a obra, desentendeu-se com o Papa e fugiu para Florença. Feita a reconciliação, voltou a trabalhar no sepulcro de Júlio II e realizou uma das suas maiores obras: "Moisés", em cujos traços ele procurou expressar a fisionomia do Papa. Para o mesmo mausoléu esculpiu os "Escravos". A obra ficou inacabada e sobre ela o escultor disse aos 67 anos: "Acho que perdi toda a minha juventude ligado a ela".

Em 1508, o Papa Júlio II encarregou o artista de pintar a "Abóbada da "Capela Sistina", na Catedral de São Pedro, no Vaticano. O artista protestou: “Não sou pintor e sim escultor". Mesmo assim, durante quatro anos realizou o exaustivo trabalho que resultou em 300 figuras. Na abóbada, de 40 metros de largura por 13 de altura, Michelangelo pintou os episódios do Gênesis - a "Criação", o "Pecado Original" e o "Dilúvio", acompanhados de profetas. Nos quatro ângulos, revive a libertação de Israel - a "Serpente de Bronze", os "Triunfos de Davi", de "Judite" e "Ester".

Em Florença, de 1523 a 1534, esculpiu as estátuas de "Juliano e Lourenço de Médicis", e as figuras da "Noite", o "Dia", a "Aurora" e o "Crepúsculo", reclinadas sobre os seus túmulos. A predileção pela escultura da figura da Virgem Maria, envolvendo o filho morto, a "Pietà", foi repetida quatro vezes, A Pietà da Basílica de São Pedro, no Vaticano, a Pietá da Palestina, a Pietá do Museu dell'Ópera del Duomo e a Pietá Rondanini.

Durante o pontificado do papa Paulo III, entre 1534 e 1541, Michelangelo pintou o afresco na parede do altar da Capela Sistina, o "Juízo Final", onde Cristo aparece como um juiz inflexível e a Virgem assustada, não contempla a cena. Nesse afresco, só aparece nus, o que causou grande tumulto e o Papa Paulo IV pretendia destruir a obra, mas contentou-se em mandar o pintor Daniel de Volterra velar os nus mais ousados.

Michelangelo mostrava paixão pela grandiosidade, principalmente na arquitetura. Em 1520 planejou o edifício e o interior da "Capela de São Lourenço". Em 1535, no pontificado de Paulo III, foi arquiteto, pintor e escultor do "Palácio Apostólico" e replanejou a "Colina do Capitólio em Roma", obra que não foi terminada. Em 1552 iniciou a reconstrução da "Catedral de São Pedro", mas só completou sua enorme cúpula. O artista também se dedicou à poesia, escreveu o livro "Rimas". Próximo da sua morte desabafou em um poema "Na verdade, nunca houve um só dia que tenha sido totalmente meu".

Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, morreu em Roma, no dia 18 de fevereiro de 1564, aos 88 anos. Seu corpo foi enterrado na Basílica de Santa Cruz, em Florença.
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Divulgação: 


Universidade Planetária do Futuro - Ano VI
Grupo ARTFORUM Brasil XXI
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Coordenação de pesquisa em Assuntos Culturais:
Escritora e artista plástica, Ana Felix Garjan
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Universidades Federais ampliam em 1765 as vagas para negros, pardos e indígenas


Universidades Federais ampliam em 1765 as vagas para negros, pardos e indígenas


Informações do portal Brasil 247

Em 2013, primeiro ano de vigência da Lei 12.711, que obriga a criação de cotas nas universidades brasileiras, essas instituições aumentaram em 176% a reserva de vagas para pretos, pardos e indígenas em relação ao ano anterior.; este é o principal dado de um levantamento do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; em 2012, o segmento contou com 13.392 vagas reservadas, número que saltou para 37.028 no ano seguinte e para 43.613 em 2014.

Cida de Oliveira, da RBA - Em 2013, primeiro ano de vigência da Lei 12.711, que obriga a criação de cotas nas universidades brasileiras, essas instituições aumentaram em 176% a reserva de vagas para pretos, pardos e indígenas em relação ao ano anterior. Este é o principal dado de um levantamento do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Em 2012, o segmento contou com 13.392 vagas reservadas, número que saltou para 37.028 no ano seguinte e para 43.613 em 2014. “Os números mostram que há entusiasmo na aplicação da lei”, avalia a pesquisadora Verônica toste Daflon, do Gemaa. De acordo com ela, a ampliação resulta também de um movimento existente nessas instituições antes da implementação da legislação. Além de terem dado início ao debate em prol das cotas, as federais foram incentivadas a reservar vagas por diversas políticas, como o Reuni, responsável pela reestruturação e ampliação das universidades federais.

Outra constatação é que a Lei 12.711 uniformizou a distribuição das vagas pelas regiões brasileiras. “As realidades locais são distintas e a presença de indivíduos desses grupos varia sensivelmente conforme a região, é importante ponderar o quanto essa diversidade tem se refletido na efetivação da política”, diz Verônica.
Para Douglas Belchior, coordenador da União de Núcleos Populares de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (Uneafro), o sucesso da implementação da lei referenda a prática da maioria das universidades federais, que já vinham implementando modelos de cotas sociais, e consolida uma vitória do movimento negro.

No entanto, ele tem objeções à lei. “Defendemos reservas de vagas proporcionais à população negra em cada estado brasileiro. E a lei das cotas estabelece que 50% das vagas sejam reservadas para alunos oriundos da escola pública. Desse percentual, 37% devem ser para negros. Isso acaba representando metade do que reivindicamos”, afirma.

Mesmo assim, segundo Belchior, a situação está longe de ser “o pior dos mundos”, como ocorre nas universidades estaduais. Embora daqui a alguns anos a Unesp vá reservar 50% das vagas para negros, a Unicamp e a USP oferecem bonificações no vestibular que em nada beneficiam essa população. “Nessas universidades, em especial nas paulistas, a rejeição às cotas é muito forte apesar da organização dos movimentos sociais, que não consegue sensibilizar o governador Geraldo Alckmin”, diz.

Em março, a Frente Pró Cotas Raciais retomou a campanha estadual de coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de iniciativa popular de cotas raciais nas Universidades Públicas Paulistas. São necessárias 200 mil assinaturas para que o PL seja protocolado na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Composta por dezenas de organizações do movimento negro e social, entre eles Uneafro-Brasil, Circulo Palmarino, Geledes, Conem, MNU, Unegro, Apn’s, NCN-USP e Emancipa, a Frente conseguiu desengavetar o PL 530, de 2004, e reformular seu texto.

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                                                       Brasil,  28 de março de 2016


UNIVERSIDADE PLANETÁRIA DO FUTURO - ANO V
Diretora de Ciências Sociais:
Profa. Dra. Maria de Fátima Felix Rosar

Diretora de Cultura e Comunicação:
Ana Felix Garjan, Ana Maria Felix Garjan
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quarta-feira, 23 de março de 2016

Relembrando o escritor colombiano Gabriel García Márquez



O Fórum Cultural e Científico da UNIFUTURO relembra o poeta Gabriel García Márquez.


A literatura latino-americana perdeu seu mais importante represente da atualidade: O escritor, poeta, pensador e jornalista colombiano, Gabriel García Márquez, em 2014

Gabriel García Márquez (1927-2014) foi um escritor importante para a Colômbia, para a América Latina e foi reconhecido pelo mundo.

Autor do livro "Cem Anos de Solidão", publicado em 1967. Recebeu o prêmio Nobel de Literatura, em 1982, pelo conjunto de sua obra. Em 1962 ganhou o prêmio Esso de Romance, na Colômbia, com "O Veneno da Madrugada". Trabalhou em vários Jornais, foi correspondente internacional na Europa e em Nova York. Pela sua amizade com Fidel Castro e suas críticas aos exilados cubanos, foi perseguido pela CIA. Foi acusado também de colaborar com a guerrilha na Colômbia e exilou-se no México, onde escreveu várias obras.

Gabriel García Marques (1927-2014) nasceu no dia 6 de março, na cidade de Aracataca na Colômbia. Filho de Gabriel Elígio García e Luisa Santiaga Márquez. O casal teve onze filhos. Gabriel foi criado com os avós, em Aracataca, enquanto a família vivia na cidade de Barranquilla. Estudou no Liceu Nacional de Zipaquirá em Barranquilla. Estudou Direito e Ciência Políticas na Universidade Nacional da Colômbia, em Bogotá, mas não concluiu o curso. Casado com Mercedes Barcha, teve dois filhos, Rodrigo e Gonzalo.

Iniciou sua carreira literária, no final da década de quarenta, com a publicação de contos, onde retrata um mundo fantástico que caracteriza toda sua obra. Em 1949 ingressou no jornal El Universal, trabalhou também no El Heraldo e no El Espectador. Em 1955, influenciado pelo professor de literatura, Calderón Hermida, escreveu seu primeiro romance "O Enterro do Diabo".

Em 1959 vai para Europa como correspondente internacional e em 1961 vai para Nova York, também como correspondente. Suas críticas aos exilados cubanos e sua amizade com Fidel Castro fizeram ser perseguido pela CIA. Em 1962 ganhou o Prêmio Esso de Romance, na Colõmbia, com o romance "O Veneno da Madrugada".

Publicou, em 1967, "Cem Anos de Solidão", considerado um marco da literatura latino-americana. O livro é uma saga que narra a história da família Buendia, na cidade fictícia de Macondo: um universo mágico habitado por desejos, sonhos e paixões, descrito com insuperável talento poético. Entre seus romances e contos escreveu "Relato de um Náufrago" em 1955 e "O Amor nos Tempos do Cólera" em 1985. Foi o primeiro colombiano a recebeu o Nobel da Literatura em 1982, pelo conjunto de sua obra. Recebeu o Prêmio Esso de novela por "Má Hora", e em 1971 o Doutor Honoris Causa da Universidade Colúmbia, em Nova Iorque. Recebeu a Medalha da Legião Francesa em Paris, 1981.

Em 2002, depois de ser diagnosticado com um câncer linfático, escreveu sua autobiografia "Viver para Contar". Em abril de 2009 declarou que tinha encerrado sua carreira literária, estava aposentado.
Gabriel García Marquez, que também sofria de demência senil, faleceu em sua casa no México, no dia 17 de abril de 2014.

Alguns de seus pensamentos:

 "A vida não é mais do que uma contínua sucessão de oportunidades para sobreviver".

 "A sabedoria é algo que quando nos bate à porta já não nos serve para nada".

 "Não passes o tempo com alguém que não esteja disposto a passá-lo contigo".

 "Te amo não por quem tu és, mas por quem sou quando estou contigo".

 "Ter fama é muito agradável, mas a única coisa ruim é que ela dura 24 horas por dia".

 "Ninguém merece as tuas lágrimas, mas quem merecê-las não vai fazer você chorar".

 "O problema com o casamento é que ele termina todas as noites depois de fazer amor, e deve ser reconstruído a cada manhã antes do café".



Vídeo do discurso de Gabriel García Marquez no IV Congresso de la Lengua Española:




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Divulgação:


Universidade Planetária do Futuro - Ano VI

Diretora de Assuntos Culturais:
Ana Felix Garjan
Cultura humanista-planetária
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quarta-feira, 16 de março de 2016

Psicanálise e cinema, por Shyrley Pimenta, psicóloga




Arquivos de assuntos culturais divulgados como matéria de memória 
da Universidade Planetária do Futuro - UNIFUTURO



Psicanálise e cinema.Ponto de Vista, Amanda Célio Repórter, 2013

O cinema, que é arte em movimento, coloca o espectador num estado limítrofe entre a vigília e o sono, ou seja, num estado semelhante ao “sonhar acordado”. 

O cinema estabelece com o espectador um diálogo mudo – e o estado ideal de se assistir a um filme é deixar-se levar por meio da voz, da sonoridade, para além do audível, ou seja, o ouvido não deve contentar-se com o que ouve. As artes, em geral, permitem-nos apreender o real. 

Por isso, Sigmund Freud (1856-1939), o pai da Psicanálise, dialogou com poetas e escritores e pôde falar, a partir do poeta e dramaturgo William Shakespeare (1564-1616), da angústia, da ambivalência e do narcisismo humanos. O cinema, como arte moderna, estrutura-se como linguagem, tal como o inconsciente, na fala do psicanalista francês, Jacques Lacan (1901-1981). 

A linguagem é criação. E o sujeito do inconsciente cria, na medida em que permite que as palavras nasçam, morram e renasçam em seu interior. Daí a importância da escuta no cinema, escuta que deve ultrapassar a voz da sonoridade acústica registrada na tela, uma escuta que pretende liberar a voz que ecoa além da imagem. Jean-Louis Baudry (1983), representante do cinema ideológico, levanta a hipótese de que a projeção cinematográfica compara-se à projeção no sonho e na alucinação. 

Para Baudry, existe uma experiência de identificação entre o eu do espectador e a câmera: o espectador se identifica menos com o representado, o espetáculo, do que com aquilo que não é visível, mas evocado, uma vez que o percebido é sempre a sombra de um objeto ausente. A imagem cinematográfica tem sobre o espectador um efeito de choque. Ela o interpela. Pode dar prazer, mostrar o hediondo, ou qualquer outra coisa que a enunciação impessoal do cinema faça emergir. 

Salvador Dalí (1904-1989), representante francês do movimento surrealista, interessou-se pelo funcionamento do inconsciente, especialmente pela fantasia e pela potencialidade dos desejos e sonhos na criação artística. O surrealismo busca atingir a liberdade do espírito pela conquista do irracional. Dinara Machado Guimarães (2004), refletindo sobre a interface Psicanálise e Cinema, pelo viés da voz, da sonoridade, coloca à nossa reflexão uma dupla questão: como apresentar o silêncio sem representá-lo? Como dar a ouvir o que escapa aos ouvidos? Para a referida autora, a voz continua, com sua função evanescente, a ultrapassar os limites, as fronteiras. 

Tal voz, afirma ela, não é simplesmente a da audição do ouvido, mas a que se refere aos atos de escuta. A voz é deslocada do ouvido, como a voz do mudo, que não tem fala, mas tem voz. É a voz do que se escuta, não só do que se ouve. É a voz do que vai passando pelo olhar, voz que é um “dizer”, mais do que um dito. Não importa o que fica dito, mas o que não cessa de não se dizer. Disso sabem bem os ficcionistas: haja vista o que escreveu Caio Fernando Abreu (Para uma Avenca Partindo): “Olha, antes do ônibus partir eu tenho uma porção de coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas, compreende? (…) Eu preciso de muito silêncio e de muita concentração para dizer todas as coisas que eu tinha pra te dizer. Olha, antes de você ir embora eu quero te dizer que…”. 

Psicóloga Shyrley Pimenta
ivsant@terra.com.br

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Ilustração: Mandala da Psiqué,
ArtTecPhoto by Ana Felix Garjan
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Ana Felix Garjan
Cultura humanista-planetária
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terça-feira, 15 de março de 2016

Não à intolerância e ao racismo, segundo a Carta Maior ( Arquivo)




A Universidade Planetária do Futuro - UNIFUTURO - ANO VI divulga importante arquivo da Carta Maior sobre o a necessidade do fim da intolerância e do racismo, no Brasil.;

Esse é um dos arquivos de assuntos sociais que publicamos como matéria de memória da UPF.


Carta Maior

Pelo fim da intolerância e do racismo, no Dia Nacional de Combate à intolerância religiosa. Combater Combater a intolerância religiosa significa rejeitar o racismo como sistema de opressão e dar corpo e voz a uma parcela da população que vem sendo agredida

Fábio Mariano e Roger Cipó

21 de Janeiro, Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, será marcado por Ato na Av. Paulista
2015 foi um ano em que as crenças de matriz africana sofreram atentados de todas as ordens contra o patrimônio material, físico, moral e espiritual. Muitos religiosos e seguidores sofreram com a violência e a intolerância religiosa.
Invasões de terreiros, demonização ao culto dos orixás e até morte de uma Ialorixá fez deste ano um marco da intolerância religiosa. Agressões físicas se multiplicaram, dentre elas a de uma criança que, em razão das vestimentas, foi apedrejada quando saía do terreiro. Uma imensa lista de denúncias  de injúrias e cerceamento de direitos no âmbito das práticas religiosas, que incluem,  entre outras, a realização de rituais sagrados dentro dos terreiros.
Sob o manto do estado democrático de direito, a intolerância demonstrada das mais diversas formas não poupou ninguém. Aquele que pratica a injúria não tem um objetivo maior, senão o de dizer onde aquele que foi injuriado deve estar: no campo da invisibilidade. Não a toa, registra o psiquiatra e filósofo Franzt Fanon em sua obra “Peles Negras, Máscaras Brancas”:
“(…) Enquanto o negro estiver em casa não precisará, salvo por ocasião de pequenas lutas intestinas, confirmar seu ser diante do outro.” Assim como ocorreu com as mulheres que tiveram determinadas a sua presença no âmbito da vida privada, restando aos homens as disputas no campo público, com negros e não cristãos não foi diferente. Foram e ainda são diversas e poderosas as formas de colonização e exclusão do povo negro e sua religiosidade.
Combater a intolerância religiosa significa rejeitar o racismo como sistema de opressão e  dar corpo e voz a uma parcela da população que vem sendo sistematicamente agredida em sua dignidade pelo cerceamento de direito de liberdade de culto.
A questão da liberdade de religião e de culto amplamente requerido pela população negra e pelos religiosos de matriz africana deve ser vista sob a ótica da afirmação e reiteração da identidade negra e de toda a sua ancestralidade. Negar esse direito, compactuar com esta lógica é o mesmo que permitir que os tambores continuem abafados e os adeptos das religiões de matriz africana permaneçam naquilo que o “outro” considera a sua senzala. Não há democracia racial, como não há respeito à diversidade religiosa.
Em 2007, o dia 21 de janeiro foi instituído como a data de Combate à Intolerância Religiosa, em reflexão e memória da Ialorixá Gildásia dos Santos – vítima de um dos casos mais drásticos de intolerância que a história brasileira conheceu. O crime começou em outubro de 1999, quando O jornal Folha Universal estampou em sua capa a imagem de Mãe Gilda, trajada com roupas de sacerdotisa para ilustrar uma matéria cujo título era: “Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”. Sua casa foi invadida, seu marido foi agredido verbal e fisicamente, e seu Terreiro, depredado por evangélicos. A Ialorixá não suportou os ataques e, após enfartar, faleceu em 21 de janeiro de 2000.
15 anos após a trágica morte de mãe Gilda, a história se repete, e em Camaçari/BA, Mãe Dede de Iansã, também enfarta após uma noite se insultos, protagonizada por um grupo evangélico, na porta de seu terreiro.
Em resposta a tanta violência que, assustadoramente, aumenta a cada dia e tem se mostrado uma das faces mais cruéis do racismo, comunidades religiosas de matriz africana promoverão manifestações em todo Brasil.
Em São Paulo, o Ato de Repúdio, Afirmação e Combate aos Crimes de Intolerância Religiosa, acontecerá neste dia 21 de Janeiro, quinta feira, às 19h. A concentração será no vão do MASP, onde religiosos e simpatizantes tomarão o “coração financeiro da cidade” para um grito pela liberdade de expressão da fé, do direito à crença e por uma sociedade de respeito ao próximo, à natureza e à diversidade.
As ruas serão ocupadas pela promoção da cultura de paz em nossas relações.
Confirme presença e compartilhe: https://www.facebook.com/events/947733955311269/

Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
21 de Janeiro, às 19H
Vão Livre do MASP  – Avenida Paulista – SP.



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                                                           Divulgação cultural:

                                                       

                                                      Universidade Planetária do Futuro
                                                                                Diretora Cultural e editoar:
                                                                                 Ana Maria Felix Garjan


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quinta-feira, 3 de março de 2016

A Escola do Futuro da USP, matéria importante de arquivo.


A UNIFUTURO REGISTRA O PRESENTE

O Fórum Acadêmico da Universidade Planetária do Futuro - UNIFUTURO tem com um dos seus importantes objetivos registrar matéria sobre assuntos do futuro.


A Escola do Futuro da USP.



A Escola do Futuro foi fundada em 1989, em um momento em que a tecnologia estava avançando e os estudos das neurociências também. Ela nasceu como um núcleo de apoio à pesquisa para pensar o processo de aprendizado e a comunicação, que são camadas próximas. A Escola tem essa vocação investigativa, formadora de novos olhares e novas políticas, sempre com esse viés mais público.

A internet começou a ser comercializada no Brasil em 95. A partir de 98 vimos que as novas tecnologias iriam de fato mudar o modo como a gente aprende, resolve questões, troca informações. Ficou claro que as leis de mercado são muito imperativas, que só iria ter acesso quem pudesse pagar, que era privilégio para poucos. Os governos foram percebendo que havia uma demanda, caminhando para o pensamento de que o acesso à banda larga de qualidade deveria ser um direito do cidadão.

O Brasil avançou nos últimos anos quanto ao aumento de acesso à internet, mas há muito ainda o que fazer. Praticamente metade da população não tem acesso. Nas áreas rurais isso é ainda mais preocupante. E obviamente não falo só do acesso, mas do uso qualificado de todas as possibilidades que estar na rede traz.

Desde então o campo da “inclusão digital”, nome que surgiu só em 2000 ou 2001, vem se estabelecendo como um campo de reflexão, desenvolvimento, soluções e conceitos, em relação à apropriação de tecnologia a serviço pessoal, profissional e da comunidade.

Nesse caminho, comecei a trabalhar no Acessa São Paulo, que é a política pública de inclusão digital do estado de São Paulo, que logo foi se ampliando para outros projetos de cultura e aprendizagem digital. Fizemos com o governo federal a Rede de Formação do Telecentros BR, no Brasil todo, com a Coordenadoria da Juventude de São Paulo um projeto de ativação dos jovens em rede, entre outros tantos projetos.

Normalmente a Escola do Futuro – USP entra como co-responsável pelo desenho estratégico dos programas, desenvolve e implementa a formação dos atores envolvidos (monitores, lideranças, gestores, projetistas, facilitadores, entre outros), curadoria e produção de conteúdos, desenvolvimento e acompanhamento dos portais e das redes sociais, pesquisa e mapeamentos do impacto e  usos das tecnologias de informação e de comunicação bem como processa os indicadores de desenvolvimento e apropriação da tecnologia. No fundo, o que mais nos interessa não é a tecnologia em si, mas suas consequências e efeitos na sociedade. O conhecimento livre; projetos que envolvam a ativação de redes – o compartilhamento, a colaboração e a ação coletiva – são focos de nossas investigações e produções.

Existe uma forma correta de utilização de redes hoje que está sendo pensada, estruturada?
Uma questão é muito forte: o tipo de acesso determina o uso. Uma coisa é acessar meia hora a cada duas semanas, outra é ter acesso à banda larga de fato, cinco dias por semana. O tempo de uso afeta a apropriação.

Muita gente diz que as pessoas só falam besteira nas redes sociais, que os jovens não conseguem manter a atenção. Essa é uma descrição das inúmeras possíveis. Hoje vivemos um problema na educação formal, especialmente a dos jovens do ensino médio, na faixa, entre 15 e 19 anos. O formato da escola é muito pouco atrativo. Não que os jovens não queiram aprender coisas novas e desenvolver habilidades e conhecimentos. É claro que querem. Mas a escola está ocupando muito pouco esse lugar do interesse, da motivação para aprender.

Jovem quer se sociabilizar e isso é fundamental para o processo de desenvolvimento de sua subjetividade, da consciência de si, seus interesses e vocações. Para isso tem que conhecer, experimentar, investigar, testar, se posicionar, receber feedback, principalmente de seus pares – e infelizmente a escola que conhecemos não é mais o espaço fundamental para isso. Aulas de 50 minutos, 15 disciplinas, professores que “passam o conteúdo”, acabam instigando muito pouco os jovens a quererem aprender mais.

Já é hora de percebermos que nem tudo que é novo é bom, e nem tudo o que é antigo tem que ser preservado. A questão da atenção, de estar em 20 janelas – o jovem hoje faz tudo ao mesmo tempo – isso com certeza influencia os processos cognitivos. Nunca se teve tanto acesso simultâneo à informação que hoje é multimídia: abrange a escrita, o vídeo, o áudio, o desenho. Muito estímulo, muitas fontes.

Mas não basta ter acesso à informação para se ter um aprendizado. A capacidade de selecionar e os critérios de seleção são também recursos cognitivos. Buscar, comparar, analisar, estabelecer uma visão crítica, discernir, fazer sínteses. E, com os dispositivos digitais, você precisa processar e ter uma produção para apropriar-se de alguma coisa. Precisa criar sentido a partir de um repertório próprio. Dominar – tecnicamente inclusive – esses meios não é uma questão secundária. Desenvolver uma ideia faz parte do aprendizado. Sempre fez. Mas se antes você tinha um professor como principal fonte e referência, hoje você tem 300 fontes, opiniões e compartilhamentos de inúmeras naturezas. Lidar com esse contexto, de estar em rede numa alta densidade informacional e relacional, exige certa “sustentabilidade emocional”, para se manter sem se desorganizar.

Quais os temas, hoje, que levam os jovens a buscar informação e a se mobilizar para uma participação coletiva?
Vivemos numa sociedade em que as pessoas têm mais poder de decisão. O jovem pode não estar organizado, mas está conectado. Isso talvez esteja criando um sentido novo à questão da solidariedade. Percebemos pelas pesquisas que as crianças e adolescentes – desde o ensino fundamental, mas principalmente do ensino médio – quando têm interesse em algum tema ou assunto específico têm hoje mais capacidade de se desenvolver do que antes, porque vão atrás.

Os interesses são variados. A cultura permeia muito a vida deles, seja a música, o teatro, a dança, a literatura, a poesia. Tem também a questão do reconhecimento: o jovem hoje reconhece quem conhece – não porque é mais velho, mas pelo mérito, pela experiência que a pessoa traz. E tem também a troca entre iguais (pares), com que a escola não está sabendo lidar.

Veja, por exemplo, o que esta acontecendo com o caso da menina Isadora, de Florianópolis, de 13 anos, que criou uma página no Facebook chamada Diário de Classe. Sua intenção, conforme ela diz, foi a de mostrar a verdade sobre as escolas públicas. Criada em julho passado, esta página, no final de setembro, já contava com mais de 320 mil pessoas que apoiavam (curtem) a iniciativa. A ideia, que tem mostrado muita eficácia, é simples: com o celular ela foi batendo e publicando fotos das instalações da escola em que estuda.  Ela mostra paredes sujas, portas sem fechadura (que assim que publicadas foram trocadas por novas), vaso sanitário sem tampo, a merenda, as aulas, enfim, sobre várias questões do dia a dia escolar.

Não é preciso dizer que muitos grupos de alunos, inspirados na ideia de Isadora estão replicando e conseguindo mudanças em suas escolas. Soubemos de um caso na zona oeste de São Paulo, que o edifício da escola foi interditado por certo período de tempo, no mês passado, para passar por uma reforma (depois de compartilhadas inúmeras fotos num blog).

É desse tipo de jovens que estou falando. Usando a tecnologia, muitas vezes descobrem o que querem e o que podem fazer  e se ajudam muito. Com os pares, começam a frequentar comunidades, desenvolvem uma comunicação útil, funcional. Trazem a questão da colaboração mais presente que as outras gerações. Ou, melhor dizendo:estar em rede torna mais fácil colaborar.

Talvez a generosidade humana e o espírito colaborativo sempre tenham existido nas práticas dos centros comunitários locais, associações de classe, religiosas ou de bairros, por exemplo, mas agora, com os dispositivos móveis conectados, ficou mais fácil exercitar realmente uma participação mais distribuída, menos formal. O comportamento mais coletivo e colaborativo é consequência das oportunidades que nossa época traz. Não é à toa que estão aparecendo os projetos de “multidão conectada”, como os crowdsourcing, crowdfunding etc.  A tendência é essa. As pessoas em rede, voluntariamente, se juntando para apoiar, desenvolver uma questão de interesse comum e depois se separando. É um novo jeito de desenvolver projetos, criar soluções, resolver problemas, aprender e fazer circular. É a força do coletivo impermanente.

É também a lógica de projetos hoje bem estabelecidos e conhecidos entre as pessoas, como o Linux (Software Livre), a Wikipedia etc. É a chamada cultura digital:  “eu faço um pedacinho, outra pessoa vai fazer outro pedacinho”. Isso gera uma potência, uma sensação de autonomia do tipo: “me interesso por isso e vou atrás, não preciso esperar por ninguém”. Porém, essa autonomia, por um lado é fundamental para inovar e criar soluções, por outro pode gerar certa carga de arrogância por parte de alguns jovens e, no excesso, gerar uma percepção mais de onipotência do que de potência criativa.

Essa característica criaria um distanciamento da política, já que a resolução dos problemas da sociedade é distante e para isso ele não tem autonomia?
Estamos numa época de transição rumo a formas mais múltiplas, polifônicas, de participação. Esses relacionamentos múltiplos estariam gerando uma consciência que não é, como no passado, uma consciência de classe, de pertencimento a um partido, mas sim uma consciência de que cada um tem que se mover, de vez em quando, por certas causas.

Essas causas são tão diversas quanto são os interesses humanos. São motivações que podem não ser as mesmas sempre, nem para todos, e nem estão dadas de uma só vez. A última eleição presidencial foi a que mais usou a internet. Mas a qualidade da conversa foi sofrível, muito aquém do que se esperava. É como se fosse uma guerra de torcidas: xingamentos, gritarias, difamação. A ampliação do debate ou sofisticação positiva foi zero. Mas percebi uma coisa na população mais jovem: por mais que tenha sido um jogo de torcidas e que o jovem ache que não tem nada a ver com isso, que “esses caras estão por fora” – houve mais informação circulante na internet, e, portanto, ele ficou mais próximo desse contexto. Não é uma televisão ou rádio que ele desliga, a informação circula nas redes dos amigos, dos amigos dos amigos, gera comentários, compartilhamentos, reações. A política ficou mais próxima dele.

Outras formas de se fazer política também começam a aparecer, micropolíticas em rede. A informação aberta, acessível a todos em tempo real, permite que cada um selecione, compartilhe, discuta. Estamos, portanto, confrontados com questões que desafiam a sociologia, a filosofia, a política. E, de vez em quando, por caminhos imprevistos, o debate converge e leva a ações coletivas.

O que motiva os jovens a irem para a rua ou a discutir na internet alguma ação?
O nível de participação é variável. A mobilização se dá em cada momento, em relação a um determinado tema. Os jovens querem descobrir por eles próprios. E eles estão ligados, conectados, percebendo as coisas.  Você tem que aproveitar isso para as causas. Tem uma moçada com uma percepção mais clara da questão ambiental, de que se a gente continuar esse consumo desenfreado, não vai dar. A questão do meio ambiente é mobilizadora. Duas gerações atrás, o consumo era a questão. Agora, está mais evidenciado o não-consumo, essa preocupação com o planeta. Por exemplo, mecanismos de liberdade e de responsabilidade, como o maior uso das bicicletas e com mais segurança, nas avenidas, por exemplo.

E quanto aos valores que norteiam nossa sociedade?
Estamos em um momento de mudanças. Começam a caber valores do coletivo, mais solidários ou mais conscientes dos “bens públicos globais”. A liberdade para empreender e criar toma lugar da estabilidade e segurança. A incerteza não imobiliza, gera a percepção de muitas possibilidades. Filhos estão mais preocupados em cuidar do planeta do que seus pais. A gente saiu de uma sociedade industrial que promoveu certos valores, mentalidades e comportamentos. Hoje, alguns comportamentos não servem mais. Não é inteligente consumirmos desse modo, essa conta não fecha. Não sabemos o que fazer com o lixo que geramos. É claro que estamos em meio a múltiplos interesses de grupos poderosos, que não querem mudar, mas isso está na pauta do jovem. Talvez de forma crescente: as crianças estão vindo com mais discussão. É uma pauta coletiva mundial do jovem.

Sobre a questão da cidadania, você percebe mudanças?
A cidadania, no século XXI, terá um certo individualismo, no sentido da autonomia. Uma sociedade com menos instituições e mais liberdade para criar associações. É quase um paradoxo: as pessoas ficam menos institucionalizadas, coletivizadas na instituição; há uma certa individualização, ao mesmo tempo em que se amplia a capacidade de ação coletiva – que é a aliança como condição de conquistas. São camadas, duas dimensões que caminham juntas. A despeito da existência de estruturas, de uma ordem estabelecida, as pessoas estão se conectando por sua própria iniciativa. No passado, o compartilhamento se dava por estruturas mais organizadas, pertencimentos institucionais. Essa possibilidade de conectar e desconectar atinge todas as relações, sejam de laços fracos ou fortes.

A internet tem também muito lixo. As pessoas produzem muita besteira, ao lado de coisas maravilhosas. Tudo faz parte de uma mesma produção. Ter contato com isso é ter contato com nossa humanidade. Conseguir conviver com esse grande espelho que é a internet é um avanço, uma tomada de consciência.

Por que, de repente, uma notícia fútil ecoa mais do que outra mais importante?
Isso passa pelo ser humano, claro que um ser humano socialmente construído, em um contexto cultural. Vivemos a cultura da celebridade; há também o efeito da publicidade e das imagens que nossa sociedade produz e consome – uma força motriz que inocula o vírus da necessidade. Construímos uma sociedade que acredita na fofoca e no julgamento da vida alheia.

O Butão, um país que tem o índice de felicidade [FIB - Felicidade Interna Bruta, em substituição ao PIB], justamente, lá não tem televisão. Voltei agora do Japão, e a noção de coletividade deles ficou muito forte para mim. O povo japonês tem crenças milenares, passadas de geração a geração, que alimentam condutas. A gente também tem uma herança cultural potente, que é a mestiçagem – essa mistura é um ativo cultural muito bacana. Convivemos com o diferente com certa facilidade, e esse jeito de se abrir ao outro, essa alteridade, me parece muito relevante.

Como é o acesso à banda larga na rede pública, hoje?
Tem o PNBL – O Programa Nacional de Banda Larga, que é o Programa para universalizar o acesso a banda larga, um Programa enorme, mas ainda com muitos problemas. O acesso via escola está aumentando, mas isso não quer dizer tanta coisa, depende de como a escola está pensando. Tem escola que desenvolveu uma cultura mais investigativa, mais participativa, solidária, então é ótimo que esteja com computadores nas salas de aula e com conexão.

A escola saiu da vida da sociedade. Por um lado é lugar de certa proteção, um espaço especial, o que é positivo. Por outro, se isso vira isolamento, um descolamento dos processos da vida, essa escola não faz sentido. Por que queremos uma escola tão conteudista? São informações, conceitos de linguagem, ciências e artes selecionados e ordenados linearmente,obedecendo hierarquias, para serem reproduzidos aos alunos num determinado tempo. Por que um conteúdo programático tão pesado?  Para quê, exatamente? Os estudantes estão aprendendo a viver, a pensar juntos, a ter uma opinião: é uma baita disposição para descobrir coisas. Isso pode ser canalizado, potencializado, para processos de pesquisa espontânea, de modo que o conhecimento a ser adquirido seja reinventado pelo aluno, ou pelo menos reconstruído. Que sejam produzidas as “subversões”, versões singulares e desviantes das “versões oficiais”.

A escola precisa sacar que tem uma força política, inclusive, para questões mais amplas. Claro, há todo um campo de saber. Seria um absurdo imaginar que, sem uma orientação voltada para a tomada de consciência de questões centrais, possa o aluno chegar, apenas por si, e elaborá-las com clareza. O professor aí tem um lugar fundamental. Tem um conhecimento acumulado que deve ser respeitado. A lógica ajuda a pensar, a fazer pontes. A humanidade tem um acervo à sua disposição, mas precisa conseguir acessá-lo.

No começo da inclusão digital, as lideranças comunitárias questionavam a razão pela qual a criança de Taboão, da Brasilândia, e a criança do Morumbi estavam no mesmo lugar, o Orkut. O moleque do Morumbi, que tem acesso a tudo, estar no mesmo “lugar” que o menino da periferia, era um contexto novo, não existia. Se tivermos um olhar elitista ou moralista,do tipo “o que ele está fazendo lá, devia estar olhando sites de emprego”, a gente não enxerga o que está acontecendo, que é essa abertura de possibilidades criativas, participativas e coletivas. Compartilhar, colaborar e agir junto esta muito mais fácil.

Algum movimento chamou sua atenção recentemente, aqui ou fora do país?
Desde maio de 2012, passou a vigorar a Lei de Acesso à Informação, que determina, segundo o site oficial de dados abertos do governo, que todos os órgãos da administração direta e indireta devem estar preparados para fornecer ao cidadão qualquer informação que seja considerada pública, sem que haja justificativa para tal solicitação, num prazo de vinte dias. Isso inclui seus dados, seus processos, editais, aplicação dos recursos públicos.

No Brasil, antes da lei,  já existia um movimento que acompanho de perto, o Transparência Hacker, que milita na transparência das informações públicas, dados abertos e participação social principalmente sob a dinâmica do protagonismo em rede.

Os dados estão ali, em formato aberto, disponíveis para serem acessados, cruzados, recombinados e visualizados. Se alguém resolveu cruzar aquela base de dados com outra e teve uma visualização que ninguém tinha tido, isso agrega camadas de inteligência ao processo.

É uma oportunidade deste momento em que vivemos. Os jovens se engajam nessa questão de transparência, do acesso e cruzamento de dados. Esse jeito de funcionar menos estruturado vai bem com essa geração. É aproveitar e usar isso a favor de um certo plano de nação.

Você acha que isso tudo pode gerar uma nova forma de fazer política?
A gente está tendo, não só no Brasil, vários exemplos da força de mobilização desse coletivo. Cada vez mais volta a existir essa micropolítica, pequenos grupos com interesses específicos que se mobilizam. De alguma forma, as instituições políticas da democracia representativa e do capitalismo financeiro não expressam mais as realidades emergentes das sociedades. E, então, o desinteresse pela esfera institucional é uma consequência. Não adianta só a população participar a cada quatro anos. Cada vez mais esses mecanismos de escuta precisam ser múltiplos, é muita informação. A capacidade de escutar, incluir a escuta no ciclo de uma política pública, e fazer devolutivas, também faz parte desse jeito de fazer política. A questão é, de novo, a transparência dos dados, uma governança mais colaborativa. Já não se trata mais de saber se é necessário ou não, mas sim quando e como os governos vão começar a implementar essa política. Ou entendem isso e saem na frente, ou vão ser atropelados.

Há também os formatos menos processuais e mais “acontecimentos”. Mais impermanentes, zonas autônomas temporárias. Na medida em que as pessoas se conectam, vivenciam compromissos. Que não são estáveis, não são permanentes, mas abrem espaço para todo tipo de debate e participação. O debate é pluritemático e intermitente. Isso gera um novo espaço público em que nada está pré-definido. De repente, cria-se uma adversidade, uma situação que eclode – e as pessoas se engajam e conseguem uma mudança. Seja um manifesto iniciado na rede, que influencia a opinião publica, seja a reação à violência de governos autoritários, cada vez mais teremos esses agenciamentos, em que as pessoas se juntam, participam e depois a coisa se desfaz. As tecnologias oportunizam essas ações. Mas isso também é exercício, é prática, não acredito em mágica.

Como os professores se posicionam diante disso tudo?
Vejo alguns professores animados, abertos a essas novas possibilidades e com potência de ação. Mas há também professores que reverberam o discurso da falta, da reclamação. A situação não é simples mesmo. Em 2009 participamos de um projeto em que implementávamos laboratórios de internet nas escolas, com acesso livre e projetos comunitários. Era uma proposta ousada, em que misturavam-se alunos, professores, gestores, funcionários e a comunidade do entorno. Havia um discurso muito forte de que o professor estava resistente à internet, que ela era uma ameaça etc. Então fizemos o caminho contrário: fomos para a internet tentar achar a escola, o professor, alguma presença na rede. Foi uma quebra do discurso homogêneo: em um universo de 498 escolas, havia a presença na rede de 257 escolas, mais da metade: um professor de ciências que tomou a iniciativa e colocou referências bibliográficas num site, um grupo de alunos que montou um blog da escola, uma professora que compartilhou suas aulas. Tem coisas legais acontecendo, precisamos é de mecanismos de escuta e mapeamento que consigam identificar essa diversidade, senão fica tudo numa régua só. Mas os professores usam mais as tecnologias e a rede em suas vidas pessoais e em contextos administrativos e menos com seus alunos.

Quais os modelos que funcionam e o que falta ser feito?
A própria rede está dando dicas de como ela funciona. Há mais liberdade, menos controle, as pessoas se engajam para atravessar certos interesses. É um convite ao engajamento voluntário, mais do que todo mundo fazendo a mesma coisa. É “de vez em quando” e na pluralidade de causas.  Sempre vão existir os que não participam e, mesmo que queiram participar, não têm a habilidade com a tecnologia: as plataformas, os dados abertos, a capacidade de processamento de informação, que facilitem a participação de quem conhece mais. Será necessário pensar em uma governança compartilhada, em vários níveis. Esse é o desafio, essa é a pauta dos próximos dez anos. É também, simultaneamente, o co-surgir de um olhar mais integralizador de toda a humanidade e a natureza.


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Universidade Planetária do Futuro - Ano VI
Grupo ARTFORUM Brasil XXI - 15 Anos

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Coordenadora de Cultura e Divulgação:
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quarta-feira, 2 de março de 2016

As redes sociais estão matando a internet? - Boletim Outras Palavras



UNIVERSIDADE PLANETÁRIA DO FUTURO - ANO VI


O Boletim Outras Palavras apresenta, nesse início de 2016, matéria
sobre as redes sociais e a internet: 
As redes sociais estão matando a internet? 

– on 01/03/2016Categorias: CapaComunicaçãoInternet
 
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Carnaval de 2015: em Dusseldorf, Alemanha, durante a “segunda-feira rosa”, multidão zomba da vigilância e controle exercidos por Facebook e Google
Há uma década, ela era inteligente e diversa como uma teia global de bibliotecas conectadas. Agora, pode reduzir-se a nova TV: previsível, infantilizante, abovinadora
Por Hossein Derakhshan*, na Piseagrama, parceiro editorial de Outras Palavras

Há alguns meses, eu me sentei na pequena mesa da cozinha do meu apartamento, no último andar de um prédio em um bairro vibrante de Teerã, e fiz uma coisa que já tinha feito milhares de vezes antes: abri meu laptop e postei no meu novo blog. Aquela, por outro lado, era a primeira vez em seis anos. E quase partiu meu coração.
Algumas semanas antes, eu havia sido abruptamente perdoado e libertado da prisão de Evin, no norte de Teerã. Eu esperava passar um bom tempo do resto da minha vida naquelas celas: em novembro de 2008, fui sentenciado a quase 20 anos de prisão por causa das coisas que eu escrevia no meu blog.

A chegada desse momento foi inesperada. Eu tinha acabado de fumar um cigarro na cozinha com um dos meus companheiros de prisão, e voltei à cela que eu dividia com uma dúzia de outros homens. Estávamos tomando chá quando a voz ao microfone que fazia os anúncios do andar – outro prisioneiro – preencheu as celas e os corredores. Em tom monótono, ele anunciou, em persa: “Queridos prisioneiros, o pássaro da sorte mais uma vez pousou sobre os ombros de um de nossos companheiros. Senhor Hossein Derakhshan, você está livre a partir de agora”.

Naquela noite, eu saí como um homem livre pela primeira vez. Tudo parecia novo: a brisa fresca do outono, o barulho do trânsito vindo de uma ponte próxima, o cheiro, as cores da cidade onde eu tinha vivido a maior parte da minha vida. À minha volta, eu percebia uma Teerã bem diferente daquela à qual eu pensava estar acostumado. Condomínios novos, desavergonhadamente luxuosos, substituíam as pequenas e encantadoras casas antes tão familiares. Havia novas vias, estradas, e hordas invasivas de SUVs. 

Imensos outdoors anunciavam relógios feitos na Suíça e TVs importadas da Coréia. Mulheres usavam echarpes e casacos coloridos, homens tinham cabelos e barbas pintadas, e centenas de cafés charmosos tocavam música ocidental descolada, com atendentes mulheres. Eram dessas mudanças que vão sendo absorvidas aos poucos pelas pessoas; do tipo que você só percebe mesmo quando é removido da vida normal.

Duas semanas depois, eu comecei a escrever de novo, depois que alguns amigos concordaram em me deixar começar um blog que comporia sua revista de arte. Se seis anos tinham sido um bom tempo de prisão, para a internet, foram uma era inteira. O ato de escrever na internet, em si, não havia mudado, mas a leitura – ou, pelo menos, fazer com que as coisas fossem lidas – mudara drasticamente. Já tinham me contado sobre como as redes sociais haviam se tornado essenciais enquanto eu estive fora, e eu sabia que, se quisesse fazer com que a minha escrita atingisse as pessoas, teria que usá-las a partir de agora.

Então eu tentei postar um link para um artigo meu no Facebook. Descobri que o Facebook não dava a mínima, e o meu artigo acabou parecendo mais um anúncio chato de classificados: sem descrição, sem imagem, sem nada. Três curtidas. Três! Só isso. Naquele momento, ficou claro para mim que as coisas tinham mesmo mudado. Eu não estava equipado para jogar o novo jogo – todos os meus esforços anteriores já não serviam de nada. Eu fiquei devastado.

Blogs valiam ouro e blogueiros eram como estrelas de rock quando eu fui preso em 2008. Naquele momento, embora o Estado bloqueasse o acesso ao meu blog dentro do Irã, eu tinha uma audiência de cerca de 20 mil pessoas por dia. Todo mundo que eu “linkava” nos meus textos passava por um salto repentino e considerável de tráfego no próprio blog: eu podia empoderar ou envergonhar quem eu quisesse.
As pessoas costumavam ler meus posts e deixar comentários relevantes, e até aqueles que discordavam completamente de mim ainda visitavam e liam o blog constantemente. Outros blogs se conectavam ao meu para discutir o que eu dizia. Eu me sentia um rei.

O iPhone tinha pouco mais de um ano naquela época, mas os smartphones ainda eram mais usados para fazer ligações e mandar mensagens, checar e-mails, e navegar pela internet. Não havia ainda os apps como os de hoje. Não havia Instagram, SnapChat, Viber ou WhatsApp. No lugar deles, havia a web e, na web, havia os blogs: os melhores lugares para encontrar pensamentos alternativos, notícias e análises. A web era a minha vida.
Tudo começou com o 11 de setembro. Eu estava em Toronto e meu pai tinha acabado de chegar de Teerã para uma visita. Estávamos tomando café da manhã quando o segundo avião colidiu com o World Trade Center. Perplexo e confuso, eu buscava explicações e acabei chegando aos blogs. Depois de ler alguns, eu pensei: “É isso! Vou começar um blog e encorajar outros iranianos a fazer o mesmo”. E então, usando o Notepad do Windows, eu comecei a experimentar. Logo eu estava escrevendo no hoder.com, usando a plataforma de publicação Blogger, antes de sua compra pela Google.

No dia 5 de novembro de 2001, publiquei um passo a passo sobre como começar um blog. Aquilo disparou algo que depois chegou a ser chamado de revolução do blog: em pouco tempo, centenas de milhares de iranianos fizeram do Irã uma das cinco nações com maior número de blogs, e o meu papel nessa história sem precedentes da democratização da escrita no país me deixava orgulhoso.

Naquela época, eu mantinha uma lista pública de todos os blogs em persa e, por um tempo, eu era a primeira pessoa que qualquer blogueiro iniciante no Irã procurava, para aparecer na lista também. Chamavam-me de blogfather (uma piada com godfather, que significa padrinho em inglês) quando eu não passava dos meus vinte e poucos – um apelido um tanto bobo, mas que dava pistas de como aquilo tudo era importante para mim.
Todas as manhãs, do meu pequeno apartamento no centro de Toronto, eu abria meu computador e cuidava dos novos blogs, ajudando-os a ganhar exposição e audiência. Tratava-se de um grupo diverso – de autores e jornalistas exilados, passando por mulheres que escreviam diários, experts em tecnologia, a jornalistas locais, políticos, clérigos e veteranos de guerra – e eu me sentia cada vez mais motivado. Convidava mais e mais gente, homens e mulheres, de dentro do Irã, a participar e começar a escrever.

Naquele tempo, a abrangência do que estava disponível impressionava todos nós. E era parte do motivo pelo qual eu promovia blogueiros com tanto afinco. Eu havia deixado o Irã no final de 2000 para experimentar uma vida no Ocidente e tinha medo de estar perdendo todas as tendências que emergiam no meu país de origem. Ler blogs iranianos em Toronto era a experiência mais próxima que eu poderia ter de sentar em um táxi compartilhado em Teerã e escutar as conversas entre um motorista falante e passageiros aleatórios.

Há uma história no Corão sobre a qual pensei muito durante meus primeiros oito meses de confinamento solitário. Nela, um grupo de cristãos perseguidos encontra refúgio em uma caverna. Junto de um cão que os acompanhava, entram num sono profundo e acordam com a impressão de que tinham tirado apenas um cochilo. Na verdade, haviam se passado 300 anos. Uma versão da história narra o momento em que um deles sai para comprar comida – é de se esperar que estejam famintos depois de 300 anos – e percebe que sua moeda é obsoleta, que se tornou um item de museu. É assim que descobrem que estiveram ausentes por tanto tempo.

hyperlink era minha moeda há seis anos. Oriundo da ideia de hipertexto, o hyperlink promoveu a diversidade e a descentralização que faltavam no mundo real. O hyperlink representava o espírito aberto e interconectado da world wide web – uma visão que teve início com seu inventor, Tim Berners-Lee. Era um modo de abandonar a centralização – os links, linhas e hierarquias – e substituí-la por algo mais distribuído, um sistema de nós e redes.
Os blogs deram forma a esse espírito de descentralização: eles eram janelas para vidas das quais pouco sabíamos, pontes que conectavam diferentes existências umas às outras e, portanto, as transformavam. Blogs eram cafés nos quais as pessoas trocavam ideias diversas sobre qualquer assunto possível. Eram uma versão agigantada dos táxis compartilhados de Teerã. No entanto, desde que saí da prisão, percebi o quanto o hyperlink fora desvalorizado, se tornando quase obsoleto.

Quase todas as redes sociais tratam os links como qualquer outro objeto – como uma foto ou um texto –, ao invés de enxergá-los como uma forma de enriquecer o texto em que se encontram. Somos estimulados a postar apenas um hyperlink e expô-lo a um processo que consiste em receber “curtidas”, sinais de adição ou coraçõezinhos, e é bem comum que não seja sequer permitido adicionar muitos links a um único texto. Os hyperlinks foram objetivados, isolados e despidos de seu poder.

Ao mesmo tempo, essas mesmas redes sociais tendem a tratar textos e imagens nativos, ou seja, diretamente publicados em suas plataformas, com muito mais respeito do que aqueles hospedados em páginas externas. Um amigo fotógrafo me explicou que suas imagens publicadas diretamente no Facebook recebem um grande número de “curtidas”, o que significa que elas aparecem mais para outros usuários. Por outro lado, quando posta um link para uma mesma imagem hospedada fora do Facebook – em seu enferrujado blog, por exemplo – ela é muito menos visível no Facebook e recebe um número muito menor de “curtidas”. O ciclo reforça a si mesmo.
Algumas redes, como o Twitter, por exemplo, tratam os hyperlinks de maneira um pouco melhor. Outras são muito mais paranoicas. O Instagram, propriedade do Facebook, não permite que sua audiência saia do aplicativo. Você pode até colocar um endereço na descrição de suas fotos, mas aquele link não o levará a lugar algum. Muitas pessoas começam sua rotina diária online nessas redes sociais sem saída, e suas jornadas também terminam ali. Muitos nem percebem que estão usando a infraestrutura da internet quando curtem uma foto no Instagram ou deixam um comentário no vídeo de um amigo no Facebook. É só um aplicativo.

Mas os hyperlinks não são apenas o esqueleto da internet: são seus olhos, um caminho até sua alma. Uma página web cega, ou semhyperlinks, não pode olhar para outras páginas – e isso tem consequências sérias nas dinâmicas de poder na web. Muitos teóricos pensam a relação entre olhar e poder, e a maioria em um sentido negativo: o observador desnuda o observado e o transforma em um objeto sem poder, destituído de inteligência ou ação. Mas no mundo das páginas web, o olhar funciona de um modo diferente: ele traz empoderamento. Quando um site poderoso, como o Google ou o Facebook, lança seu olhar ou cria um link para outras páginas, ele não só se conecta a elas, mas confere existência a elas. Metaforicamente, sem esse olhar empoderador, sua página não respira. Não importa quantos links você tenha colocado numa página: até que alguém olhe para ela, ela está morta e cega e, portanto, incapaz de transferir poder a outras páginas web. Por outro lado, as páginas mais poderosas são aquelas que têm muitos olhos sobre elas. Como celebridades – que estabelecem um tipo de poder graças aos milhares de olhos humanos que as observam o tempo todo –, páginas web podem capturar e distribuir seu poder a partir dehyperlinks.

No entanto, aplicativos como Instagram são cegos, ou quase cegos. Seu olhar não leva a lugar nenhum, exceto para dentro de si mesmos, relutante em transferir seus vastos poderes a outros. A consequência disso é que as páginas web fora das redes sociais estão morrendo.

Antes mesmo da minha prisão, os poderes do hyperlink já estavam sendo constrangidos. Seu maior inimigo era uma filosofia que combinava dois dos mais dominantes e superestimados valores de nossos tempos: novidade e popularidade, refletidos na dominação, no mundo real, das celebridades jovens. Essa filosofia é o stream. O stream domina a maneira por meio da qual as pessoas recebem informação na web. Poucos usuários checam diretamente as páginas na internet; em vez disso, são alimentados por um fluxo infinito de informações que são selecionadas e exibidas por algoritmos complexos – e secretos.

stream significa que você não precisa mais abrir tantos sites e abas. Você não precisa sequer de um navegador. Você abre o Twitter ou o Facebook em seu celular e ali mergulha profundamente. A montanha chega até você – os algoritmos já escolheram tudo para você. De acordo com o que você ou seus amigos já leram ou viram, eles preveem aquilo que você poderia gostar de ver. É bom sentir que não estamos gastando tempo procurando coisas interessantes na internet. Mas o que estamos perdendo com isso? O que estamos trocando por essa eficiência toda?

Em muitos aplicativos, os juízos que lançamos – as “curtidas”, os “mais”, as estrelas, os corações – estão mais ligados a ícones fofos, fotos de perfil bonitas e ao status de gente famosa do que à substância daquilo que foi publicado. Um parágrafo brilhante de uma pessoa ordinária pode ser deixado de fora do stream, enquanto qualquer texto bobo de uma pessoa famosa ganha presença virtual instantânea.

Os algoritmos por trás do stream não só equiparam novidade e popularidade à importância; eles também tendem a nos mostrar mais daquilo que já curtimos. Esses serviços leem cuidadosamente nosso comportamento e desenham nosso feed de notícias com os posts, fotos e vídeos que acham que gostaríamos de ver.

A popularidade não é algo ruim em si, mas tem seus efeitos colaterais. Em uma economia de livre mercado, produtos de baixa qualidade com os preços errados estão supostamente fadados ao fracasso. Ninguém se sente triste quando um café que serve bebidas ruins e tem garçons mal-humorados vai à falência. Mas opiniões não são como produtos e serviços materiais. Elas não somem se forem ruins. Na verdade, a história vem provando que a maior parte das grandes ideias (muitas delas, más ideias) não foi popular por muito tempo e seu status marginal só serviu para fortalecê-las. Pontos de vista minoritários são radicalizados quando não podem ser expressos e reconhecidos.

Hoje, o stream é a forma dominante de organização da informação nas mídias digitais. Ele está em toda rede social e aplicativo de celular. Desde que ganhei liberdade, vejo o stream em todos os lugares. Imagino que não vai demorar até que vejamos novos sites organizando seu conteúdo inteiro com base nos mesmos princípios. A predominância do stream hoje não só prejudica a qualidade de um bom pedaço da internet, como também contraria a diversidade que a word wide web visionou originalmente.

Não tenho dúvidas de que a diversidade de temas e opiniões na internet é menor hoje do que no passado. Ideias novas, diferentes e desafiadoras são suprimidas pelas redes sociais porque suas estratégias de ranking priorizam o popular e a mesmice – não é à toa que a Apple está contratando editores humanos para seu aplicativo de notícias. Mas a diversidade está também sendo reduzida de outras formas, por outras razões.

Uma delas é visual. Sim, é verdade que meus posts no Twitter e no Facebook se parecem com um blog pessoal: são coletados numa ordem cronológica reversa, em uma página específica, com um endereço web direto para cada publicação. Mas eu tenho muito pouco controle sobre sua aparência e não posso personalizar nada. Minha página deve seguir a aparência uniforme que os designers daquela rede social escolheram para mim.

A centralização da informação também me preocupa, porque acaba fazendo as coisas desaparecerem. Depois que fui preso, meu serviço de hospedagem online fechou a minha conta, porque eu não conseguia mais pagar sua taxa mensal. Pelo menos eu tinha o backup de todos os meus posts no banco de dados do servidor (a maioria das plataformas de blog costumava permitir que você transferisse seus posts e arquivos para seu próprio espaço web, o que já não é mais permitido por muitas plataformas). Mas o que acontece se a minha conta no Facebook ou no Twitter for deletada por alguma razão? É possível que esses serviços ainda demorem a morrer, mas não é muito difícil imaginar serviços americanos fechando, um dia, as contas de qualquer cidadão do Irã, por exemplo, como resultado de um sistema de sanções. Se isso acontecesse, pode até ser que eu conseguisse baixar meus posts de alguma dessas plataformas. Mas e o endereço único para meu perfil na rede social? Será que eu poderia tê-lo de volta?

Entretanto, o resultado mais sério da centralização da informação nos tempos de mídia social é ainda outro: estamos nos tornando muito menos poderosos em relação a governos e corporações. A vigilância nos vai sendo imposta cada vez mais e parece que a única maneira de ficar longe desse vasto aparato é ir para uma caverna e dormir. Ser observado é algo a que teremos que nos acostumar em algum momento e, infelizmente, não tem nada a ver com o país em que residimos. Ironicamente, os Estados que cooperam com o Facebook e o Twitter sabem muito mais sobre seus cidadãos do que aqueles, como o Irã, em que o governo controla a internet, mas não tem acesso legal às empresas de mídias sociais.

O que é ainda mais assustador do que ser vigiado, no entanto, é ser controlado. Quando o Facebook nos conhece melhor do que nossos pais com apenas 150 curtidas, e melhor que nossos parceiros com 300 curtidas, o mundo se torna muito previsível, tanto para os governos quanto para os negócios. E essa previsibilidade significa controle.

A sociedade parece cada vez mais obcecada por novas tendências. Utilidade e qualidade, usualmente, vêm em segundo lugar. No começo dos anos 2000, escrever blogs fazia de uma pessoa alguém descolado. Então, por volta de 2008, surgiu o Facebook. Depois veio o Twitter. Desde 2014, a moda é o Instagram, e ninguém sabe o que virá a seguir. Mas talvez as minhas preocupações estejam mal endereçadas. Talvez eu esteja preocupado com a coisa errada. Talvez a questão não seja exatamente a morte do hyperlink ou a centralização.

Talvez o texto em si esteja desaparecendo. Afinal de contas, os primeiros visitantes da web passavam seu tempo lendo revistasonline. Depois vieram os blogs, e depois o Facebook e o Twitter. Agora é com os vídeos do Facebook, o Instagram e o SnapChat que as pessoas gastam seu tempo. Temos cada vez menos textos disponíveis para leitura nas redes sociais e mais e mais vídeos para assistir e imagens para olhar. Será que estamos presenciando o declínio da leitura na internet em nome do assistir e do escutar?

Será que essa tendência resulta de mudanças de hábitos das pessoas, ou será que as pessoas estão simplesmente seguindo novas regras impostas pelas redes sociais? Eu não sei e deixo para os pesquisadores essas questões, mas me parece que estamos revivendo velhas guerras culturais. Afinal, a web começou imitando livros e, por muitos anos, foi extremamente dominada por textos e hipertextos. Os mecanismos de busca colocaram um grande valor nesses objetos e empresas inteiras foram construídas a partir disso. Mas à medida que o número de scanners, fotos digitais e câmeras de vídeo crescem exponencialmente, isso parece estar mudando. As ferramentas de busca estão começando a incorporar algoritmos avançados de reconhecimento de imagem; e dinheiro de propaganda está flutuando por lá.

stream, os aplicativos de celular e as imagens em movimento, todos eles apontam para uma mudança fundamental: de uma internet-livropara uma internet-televisão. Aparentemente saímos de um modo não linear de comunicação – nós, redes e links – para uma situação linear, com centralizações e hierarquias. Quando foi inventada, a web não foi vislumbrada como uma forma de televisão. Mas, querendo ou não, está rapidamente imitando a TV: linear, passiva, programada e ensimesmada.

Assim que entro no Facebook, começa minha televisão pessoal. Tudo que tenho para fazer é rolar a página para baixo e ver as novas fotos de perfil dos amigos, pequenos trechos de opinião, links para novos textos com legendas curtas, publicidade e, obviamente, vídeos que tocam automaticamente. Às vezes, curto ou compartilho alguma coisa, leio os comentários das pessoas, ou abro algum artigo. Mas continuo dentro do Facebook, e ele continua a me mostrar aquilo que sabe que eu posso gostar. Essa não era a web que eu conhecia quando fui para a prisão. Esse não é o futuro da web, isso é televisão.

Às vezes penso que estou me tornando muito ranzinza com a idade e que talvez essa seja mesmo a evolução natural da tecnologia. Mas não dá para ignorar o que está acontecendo: a perda da diversidade intelectual e tecnológica, e do grande potencial que poderiam ter em tempos tão turbulentos. No passado, a internet era poderosa e séria o suficiente para me levar à cadeia. Hoje, ela não passa de uma ferramenta de entretenimento. Tanto é que o Irã nem considera algumas plataformas, como o Instagram, sérias o suficiente para que sejam alvo de bloqueio.

Sinto falta do tempo em que as pessoas buscavam opiniões diferentes e se preocupavam em ler mais de um parágrafo ou 140 caracteres. Sinto falta dos dias em que eu podia escrever alguma coisa no meu blog pessoal e publicar no meu domínio sem ter que gastar o dobro do tempo promovendo o texto em várias redes sociais; quando ninguém ligava para “curtidas” ou compartilhamentos.
Essa é a internet da qual eu me lembro antes da prisão. Essa é a internet que nós temos que salvar.
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*Hossein Derakhshan – Escritor, blogueiro e ativista da internet iraniano-canadense. Foi libertado da prisão de Evin, no Irã, depois de seis anos, em novembro de 2014. (http://hoder.com)


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Universidade Planetária do Futuro  - Ano V
Departamento de Ciências Humanas
Diretora do Departamento de Assuntos Científicos:
Profa. Dra. Maria de Fátima Felix Rosar

Coordenação de Assuntos Culturais
Socióloga e Acadêmica Ana Maria Felix Garjan
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Abertura do espaço da Universidade do Futuro. Brasil, 28/12/2009

Na política do mundo globalizado está dada a largada para uma nova cadeia de intenções, atitudes e hábitos, diante das questões graves apresentadas pelos diversos cientistas e governantes dos 192 países que estiveram no encontro da cúpula da COP15, em dezembro de 2009. A nova estratégia de superação da crise do planeta e do mundo está sendo chamada de Nova Revolução Verde, pois o mundo já consome mais do que a natureza produz. Caberá aos homens e mulheres dos países, culturas e etnias descobrirem novas formas e hábitos que contribuam com a sustentabilidade que se faz necessária e urgente. O ano de 2010 será o Ano Internacional da Biodiversidade, e será muito importante para fechar a Primeira Década do Século XXI. A partir da Segunda Década o mundo iniciará, de forma mais veloz, o seu encontro com o Ano de 2050, onde estarão as novas fórmulas científicas que poderão garantir o futuro da humanidade do Planeta Terra. Ele é um orbe que tem seus sistemas independentes dos sistemas do homem, mas o mundo precisa refletir sobre suas atitudes em relação à natureza, aos animais, às águas, aos sistemas vivos, e às grandes causas da nossa humanidade. Brasil, 28 de dezembro de 2009. Ana Felix Garjan - Idealizadora do projeto Universidade Planetária do Futuro e membro da comissão dos fundadores da sociedade cultural, sem fins lucrativos: Grupos ARTFORUM Brasil XXI, que organizou o Plano Nossa Década 2001 - 2010 e o Programa Universidade Aberta "Telhados do Mundo" .
Nossos sites principais: : http://www.artforumunifuturobrasil.org/ - http://www.cidadeartesdomundo.com.br/ - http://www.cidadeartesdomundo.com.br/MV.html Cultura Humanista-Planetária por um mundo melhor.

Primeiro Documento Oficial da Universidade Planetária do Futuro

Aos vinte e três dias do mês de março do ano de 2010 - o último da Primeira Década do Século XXI foi realizado um Fórum – Conferência dos fundadores, diretores e consultores dos Grupos Artforum Brasil XXI e da Universidade Planetária do Futuro, após reuniões, roteiros metodológicos e projetos especiais registraram a organização da estrutura da Universidade Planetária do Futuro, considerando a primeira reunião realizada em dezembro de 2009. Foram aprovados artigos do documento filosófico da UNIFUTURO, para fins de sua institucionalização, em nome da História, da Filosofia, da Ciência e da Cultura Humanista-Planetária. ***ARTIGOS APROVADOS ***Artigo I - Que a ética humana, as filosofias, ciências, culturas, literaturas, linguagens e as tecnologias de todas as áreas e setores do mundo se voltem para a construção de novos projetos que contribuam para a construção de um novo mundo justo, pacífico e humanizado, nas próximas décadas, séculos e milênios. *** Artigo II - Que possamos contribuir com a justiça e a paz mundial, a partir de efetivas mudanças e da transformação da sociedade mundial e seus sistemas. Que sejam vivos e reais os Direitos e Deveres da Humanidade para com a Pessoa Humana, a Natureza, os Animais e o Planeta. Desejamos que sejam concretas as atitudes humanas e a solidariedade em prol de um mundo mais humanizado. ** Artigo III - Que os direitos humanos sejam respeitados em todos os países e territórios do mundo político e social. Que as Filosofias, Ciências, Culturas e Artes sejam conexões de justiça para os povos e cidades abandonadas do mundo. Que haja Justiça e Paz para as mulheres e seus filhos mortos/desaparecidos no Brasil e em todos os países. ***Artigo IV - Que todas as ciências, tecnologias, artes, linguagens estéticas, literatura e atitudes humanas contribuam para as mudanças que se fazem necessárias e urgentes, para a transformação da sociedade mundial. ***** Artigo V - Que as pessoas, grupos, comunidades, associações, organizações e instituições e governos cumpram com seus deveres e com seu papel transformador, no âmbito da sociedade onde estão inseridas. Que todo saber e conhecimento contribuam para o novo tempo do mundo, nesse início da segunda década do século XXI. ** Conclusão em síntese: Somos todos sementes da arte da humanidade da Terra, através da cultura, das ciências humanas, das ciências sociais e das tecnologias humanizadas, neste ano de 2010, e em nosso país, o Brasil que registra seus 510 anos de história, educação, cultura e literatura. *Somos semeadores do futuro e passageiros do amanhã. Que haja transformação das sociedades, em prol da Justiça e Paz da humanidade.*** Brasil, 23 de março de 2010 - Século XXI-Terceiro Milênio. Assinam este documento os Fundadores, Diretores, Coordenadores e Consultores da Universidade Planetária do Futuro. Brasil, 23 de março de 2010 - Último ano da 1ª Década do Século XXI.

Homenagens da Universidade Planetária do Futuro, em 2010

Nosso Tributo à África - seu povo e cultura; às Américas; aos cinco continentes, aos mares, oceanos, terras, povos do mundo, à diversidade cultural de hoje e do futuro. Homenagem ao Brasil - Cinco séculos de história, cultura e instituições oficiais. Homenagem aos representantes das etnias que formaram o povo brasileiro, e ao seu futuro. Homenagem aos grandes nomes da História, da Educação, da Cultura e Ciências, e das áreas do conhecimento científico desenvolvidos ao longo dos três milênios, nos séculos e décadas do mundo. Homenagem aos que lutaram e lutam pela Justiça e Paz Mundial em prol de um Mundo Melhor. Homenagem e reconhecimento às pessoas, grupos e organizações que trabalham pela Educação e Cultura Humanista - Planetária, em prol da nossa humanidade, da natureza e do planeta. Brasil, janeiro de 2010. Conselho Universitário, Diretores, Coordenadores e Consultores da Universidade Planetária do Futuro.

Universidade Planetária: Filosofias, Culturas e Ciências 2011.

*UNIVERSIDADE PLANETÁRIA DO FUTURO - Aos 25 dias de setembro de 2011 foi celebrado e divulgada e estrutura administrativa da Universidade Planetária do Futuro, para que ela possa atingir seus objetivos e missões. A presidência será formada por membros do Conselho Diretor , Coordenadores e Colaboradores. *Estrutura da Universidade Planetária do Futuro - UNIFUTURO: *Centro de Ciências Sociais *Centro de Pesquisa e Ciências do Meio Ambiente. *Departamento de Arte Educação. *Departamento de Comunicação, Divulgação Científica e Cultural. *Departamento de Projetos Especiais. *A Representação e divulgação da Unifuturo será desenvolvida através de sites, blogs e páginas em redes sociais *** Brasil, 25 de setembro de 2011. Bem-Vindos! Welcome! Bienvenidos!

Somos passageiros do futuro e trabalhamos pelo Mundo Melhor.

O "Manifesto Verde pela Paz da Humanidade e do Planeta", dos Grupos ArtForum Brasil XXI foi escrito em 2001, como resultado de fóruns e diálogos dos Grupos Artforum Renasissance vie Universelle, Artforum Mundi Planet, com grupos universitários e organizações de cultura e meio ambiente. Os fóruns foram coordenados por Ana Felix Garjan, que elaborou o texto - mantra do Manifesto Verde Pela Paz da Humanidade e do Planeta, em 2001. O manifesto inspirou a "Carta Magna" da Universidade Planetária do Futuro - 2ª Década do século XXI. *****Manifesto Verde pela Paz da Humanidade e do Planeta: http://www.cidadeartesdomundo.com.br/MV.html

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