A Universidade Planetária do Futuro, através de seus departamentos de cultura, arte, história, ciência e literatura homenageia, nesse espaço, mulheres que ao longo dos anos fizeram a fazem história no Brasil e no Mundo, através de seus sonhos, trabalhos e contribuição à humanidade.
Homenagem a Irena Sendler
12/05/2008-21h32
Irena Sendler, que salvou 2.500 crianças judias durante Holocausto morreu em 12 de maio de 2008
da France Presse, em Varsóvia
Foto de Irena Sendler, aos 97 anos
Sua filha Janina Zgrzembska, disse, sem dar mais detalhes sobre o falecimento da mulher que gostava de recordar que a "educaram a partir da crença de que se deve salvar as pessoas não importa a religião ou nacionalidade".
Nascida em 1910, Irena Sendler foi uma desconhecida durante muitos anos para os poloneses.
O mesmo acontecera com Oskar Schindler, que morreu na pobreza na Alemanha antes da façanha de ter salvo os funcionários judeus de sua fábrica ser levada ao cinema por Steven Spielberg.
Apenas em março de 2007 a Polônia lhe prestou uma homenagem solene e seu nome foi proposto ao prêmio Nobel da Paz.
No entanto, o memorial israelense do Holocausto, o Yad Vashem, lhe entregou em 1965 o título de Justo entre Nações, destinado aos não-judeus que salvaram judeus.
Varsóvia
Assistente social, Irena Sendler trabalhava antes da guerra com famílias judias pobres de Varsóvia, a primeira metrópole judia da Europa, onde viviam 400 mil dos 3,5 milhões de judeus de toda a Polônia.
A partir do outono de 1940, passou a correr muitos riscos ao fornecer alimentos, roupas e medicamentos aos moradores do gueto instalado pelos nazistas.
No fim do verão de 1942, Irena Sendler se uniu ao movimento de resistência Zegota, (Conselho de Ajuda aos Judeus).
A polonesa conseguiu retirar de maneira clandestina milhares de crianças do gueto e as alojava entre famílias católicas e conventos.
"Fomos testemunhas de cenas infernais quando o pai estava de acordo, mas a mãe não", comentou a um site na internet dedicado a ela (www.dzieciholocaustu.pl).
As crianças eram escondidas em maletas e retiradas por bombeiros ou em caminhões de lixo. Em alguns casos chegavam a ser escondidas dentro dos abrigos de pessoas que tinham autorização para entrar no gueto.
Prisão
Sendler foi presa em sua casa em 20 de outubro de 1943.
Durante o período em que ficou detida no quartel-general de Gestapo, foi torturada pelos nazistas que quebraram seus pés e pernas. Ainda assim, ela não deu informações. Logo depois, foi condenada à morte, mas milagrosamente foi salva quando a conduziam à execução por um oficial alemão que a resistência polonesa conseguiu corromper.
Sendler continuou sua luta clandestina sob uma nova identidade até o final da guerra, trabalhando como supervisora de orfanatos e asilos em seu país.
Nunca se considerou uma heroína. "Continuo com a consciência pesada por ter feito tão pouco", declarou.
Devido ao seu estado de saúde delicado, Irena Sendler não participou da cerimônia que lhe homenageou em 2007, mas enviou uma sobrevivente, salva por ela em um gueto quando bebê, em 1942, para ler uma carta em seu nome.
"Convoco todas as pessoas generosas ao amor, à tolerância e à paz, não somente em tempos de guerra, mas também em tempos de paz", escreveu Irena Sendler.
A mulher, mãe da humanidade é precursora do futuro.
Nossa homenagem às mulheres de todas as raças e etnias do mundo.
A mulher é retratada através de milhares de formas e em diversas expressões artísticas.
Sem as mulheres, não há revolução
Angie Gago – Em Luta (Espanha)
Sem as mulheres, não há revolução
Agora, com as revoluções árabes, volta à tona a participação das mulheres nas revoluções. Nós também queremos igualdade, liberdade e não temos medo. Durante uma revolta social nossa participação é fundamental para que os avanços não fiquem só no plano formal e para que haja um questionamento profundo dos papeis atribuídos às mulheres e uma ruptura dos mesmos. Contamos com vários exemplos históricos nos quais temos visto que, quando as mulheres participam nas revoluções, a luta lado a lado com nossos companheiros de classe faz crescer a consciência. O artigo é de Angie Gago.
Angie Gago – Em Luta (Espanha)
Este mês volta a celebrar-se um novo 8 de março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora. Durante esta jornada de protesto, milhões de mulheres em todo o mundo sairão às ruas para reivindicar seus direitos. Nestes momentos de crise econômica, nós mulheres estamos sofrendo os efeitos dos cortes sociais mais profundos em muitos anos. A reforma trabalhista, a reforma da Previdência e os cortes nos orçamentos dos serviços sociais (saúde, educação, etc.) afetam duplamente a mulher, que já está em uma posição de precariedade em relação a do homem. Encarregadas dos cuidados das crianças e anciãos e obrigadas a trabalhar por menos salário, as mulheres sofrem uma dupla cadeia dentro do sistema capitalista: a exploração e a opressão.
Mas nós também temos aparecido, ao longo da história, a frente das lutas sociais e democráticas. O dia 8 de março é um dia de visibilidade da luta pela libertação das mulheres. Mas cada dia, de maneira “invisível”, nós lutamos para conseguir nossa emancipação. Seja dentro dos sindicatos ou grupos políticos, seja dentro dos coletivos feministas ou com a luta diária de trabalhar e chegar ao fim do mês, temos um papel ativo essencial na transformação social.
Nas últimas semanas temos visto em repetidas ocasiões imagens de mulheres durante as revoluções árabes: Tunísia, Egito, Argélia, etc. Na primeira frente de batalha, na Praça Tahir ou na Praça Primeiro de Maio, as mulheres compareceram em massa aos protestos para derrubar os regimes autoritários que têm dominado seus países nas últimas décadas. Elas são destes países que o mundo ocidental quer invadir para libertá-las. Mas não se cansam de dizer que só serão libertadas por elas mesmas.
Ainda que haja infinitos exemplos nos quais as mulheres lutaram nas revoluções democráticas e sociais, sua imagem é sempre silenciada e sua história eliminada, a serviço do pensamento sexista e de um sistema econômico que necessita deixar as mulheres em um segundo plano. Ainda assim, ao longo da história, as mulheres se levantaram uma e outra vez para gritar que elas não são o segundo sexo.
Isso aconteceu na Revolução Russa de 1917, quando milhares de mulheres participaram na luta pela liberdade e o socialismo. Os avanços nos direitos foram rápidos e os mais avançados da época: direito ao divórcio, anticonceptivos, salário igual, socialização dos cuidados, etc. Ainda que a experiência tenha sido curta devido ao isolamento da revolução e à contrarrevolução levada a cabo pela burocracia stalinista, a experiência criou um precedente.
O tema já clássico “sem as mulheres não haverá revolução” foi se repetindo em diferentes ocasiões nas quais a luta pelos direitos sociais da classe trabalhadora andou de mãos dadas com a luta pela libertação da mulher. Durante a II República, as mulheres tamb� �m conseguiram uma série de direitos que situavam a democracia do Estado espanhol como uma das mais inclusivas da época. E, durante a Revolução Espanhola, as mulheres tiveram um papel chave na conquista dos direitos sociais.
Nos momentos nos quais os povos se levantaram contra a tirania e o capitalismo, nós temos sido protagonistas dos movimentos de emancipação. No entanto, em nossa sociedade segue dominando a imagem da mulher passiva. Quantas revoluções mais faltam para eliminar este estereótipo?
Agora, com as revoluções árabes, volta à tona a participação das mulheres nas revoluções. Nós também queremos igualdade, liberdade e não temos medo. Durante uma revolta social nossa participação é fundamental para que os avanços não fiquem só no plano formal e para que haja um questionamento profundo dos papeis atribuídos às mulheres e uma ruptura dos mesmos. Contamos com vários exemplos históricos nos quais temos visto que, quan do as mulheres participam nas revoluções, a luta lado a lado com nossos companheiros de classe faz crescer a consciência. Mas esse não é um processo automático. Por esta razão, nossa participação nas revoltas é fundamental para conseguir nossa libertação.
Recentemente, temos visto também como milhões de mulheres saíram às ruas na Itália para protestar contra a cultura machista promovida por Berlusconi. “Se não é agora, quando será?”, gritavam as companheiras italianas. Aqui, no Estado espanhol, também temos milhares de razões para sair às ruas. Cada ataque do governo aos direitos conquistados pela classe trabalhadora é um ataque a nossos direitos como mulheres. E se a isso somamos o genocídio contra as mulheres pela violência machista, a pergunta das companheiras italianas é nossa também. Neste 8 de março, sairemos todas à rua para lutar, mas no dia seguinte não voltaremos para casa.
(*) Angie Gago é militante de Em Luta (Espanha)
Tradução: Katarina Peixoto
A mulher é guardiã da delicadeza, ternura e ecologia da alma.
( pintura de Renoir)
Filosofie e Art, Zélle Bittencourt, 2010
( pintura de Renoir)
Filosofie e Art, Zélle Bittencourt, 2010
Pintura de Anna Akhmatova
Escultura de bronze, que retrata a mulher africana.
AD, acervo particular.
AD, acervo particular.
Imagem publicada na internet
Nosso símblo mundial da Paz
Sociedade Internacional de Mulheres do Futuro/ Artforum Mundi
Grupos ARTFORUM Brasil XXI
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Cultura Humanista-Planetária
Há uma luz que guia a humanidade da Paz e do Bem.