A Universidade Planetária do Futuro divulga matéria da Agência FAPESP sobre simpósio que reuniu pesquisadores do Japão e do Brasil, em Tóquio, nos dias 15 e 16 de março de 2013.
Simpósio reúne pesquisadores do Japão e do Brasil em Tóquio
18/03/2013
Por Heitor Shimizu e Elton Alisson, de TóquioAgência FAPESP – Pesquisadores brasileiros e japoneses reuniram-se em Tóquio entre os dias 15 e 16 de março para as atividades do Simpósio Japão-Brasil sobre Colaboração Científica, organizado pela Sociedade Japonesa para a Promoção da Ciência (JSPS) e pela FAPESP.
“A cooperação com o Japão é particularmente relevante para a FAPESP”, afirmou Celso Lafer, presidente da Fundação, na abertura do evento. “O Japão é um país respeitado imensamente pela FAPESP e pela comunidade científica do Estado de São Paulo por sua capacidade de pesquisa científica e tecnológica, elemento fundamental para a exploração de novas formas de superar com sucesso os desafios para um desenvolvimento global balanceado e sustentável.”
A importância do estreitamento ainda maior da histórica boa relação entre o Japão e o Brasil, país que recebeu a maior leva de emigrantes japoneses, também foi salientada por Yuichiro Anzai, presidente da JSPS.
“Espero que esse simpósio, que temos a satisfação de organizar, possa contribuir para ampliar a colaboração entre os dois países na área de ciência. A JSPS considera crucial a realização de parcerias internacionais em pesquisa e, para nós, a colaboração com a FAPESP é parte importante nesse processo de intercâmbio”, disse Anzai.
O presidente da FAPESP mencionou que a Fundação, nos últimos 20 anos, apoiou mais de 660 iniciativas em pesquisas relacionadas ao Japão em todas as áreas do conhecimento, tais como encontros científicos, auxílios para pesquisadores do Estado de São Paulo poderem trabalhar em parceria com colegas japoneses, apoio a pesquisadores japoneses que se deslocaram ao Estado de São Paulo para a realização de pesquisas colaborativas e ainda na forma de apoio à publicação de muitos livros sobre história, economia, engenharia, artes, ciências políticas e antropologia relacionados à cultura japonesa.
“Como ministro das Relações Exteriores do Brasil em 1992 – e novamente de 2001 a 2002 –, e agora com a missão de presidir a FAPESP, estou convencido de que a cooperação científica é um dos elementos que promovem a compreensão baseada em valores compartilhados. A ciência une e a pesquisa científica é uma maneira de validar o conhecimento entre as pessoas e uma forma de ampliar as boas relações bilaterais, tais como as que existem entre as sociedades brasileiras e japonesas”, afirmou Lafer.
A cerimônia de abertura do simpósio, que teve apoio da Embaixada do Brasil em Tóquio, também contou com a presença do embaixador Marcos Bezerra Abbott Galvão e do presidente da Universidade Rikkyo, Tomoya Yoshioka.
Exposição Brazilian Nature
Na quinta-feira (14/03), foi aberta a exposição Brazilian Nature no Espaço Cultural da Embaixada do Brasil em Tóquio.
Resultado de uma parceria entre a FAPESP e o Museu Botânico de Berlim, a exposição mostra o trabalho de documentação do naturalista alemão Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868) na obra Flora brasiliensis, que 172 anos depois da publicação de seu primeiro volume permanece o mais completo levantamento da flora brasileira.
O trabalho do naturalista deu origem também ao projeto “Flora Brasiliensis On-line e Revisitada”, que inclui a atualização da nomenclatura utilizada no trabalho original de Martius, além de informações e ilustrações recentes sobre espécies descritas depois de sua publicação.
A exposição apresenta ainda uma comparação das imagens produzidas no século 19 com fotografias atuais de plantas e biomas e retrata alguns dos resultados de pesquisas realizadas no âmbito do projeto Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo e do programa BIOTA-FAPESP, que há 13 anos desenvolve pesquisas para caracterização, conservação, recuperação e uso sustentável da biodiversidade.
“O BIOTA é um exemplo dos mais interessantes da relação entre a ampliação do conhecimento e a sua aplicação. O programa não só elevou o domínio do conhecimento da biodiversidade de São Paulo como serviu depois como indicação para formulação de políticas públicas estaduais. É um exemplo bem-sucedido de como a ampliação do conhecimento aumentou o domínio da sociedade paulista sobre seus destinos e seus recursos ”, afirmou Celso Lafer, presidente da FAPESP, na cerimônia de abertura da exposição para convidados.
O Japão é o quinto país a receber a mostra, que já foi apresentada na Alemanha, Estados Unidos, Canadá e Espanha. A exposição pode ser visitada no Espaço Cultural da Embaixada do Brasil em Tóquio até o dia 29 de março, de segunda a sexta-feira, das 9h às 13h e das 14h às 17h.
A mostra faz parte da programação de atividades promovidas no âmbito do Simpósio Japão-Brasil sobre Colaboração Científica. “Esse evento que realizamos em Tóquio é parte do esforço de internacionalização da FAPESP, de modo a propiciar um trabalho conjunto entre pesquisadores do Brasil e de outros países”, afirmou Lafer.
O embaixador do Brasil em Tóquio, Marcos Galvão, disse que, além de cuidar dos interesses da comunidade brasileira no Japão, há duas prioridades na relação da missão diplomática brasileira no país oriental. A primeira são os investimentos e a segunda, ciência e tecnologia.
“O Japão tem sido há décadas um parceiro importante no desenvolvimento do Brasil, e a visita da delegação da FAPESP a Tóquio, com o simpósio e a exposição Brazilian Nature, abre uma importante avenida para a consolidação e o fortalecimento da relação entre os dois países”, afirmou.
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Brasil, 18 de março de 2013
Universidade Planetária do Futuro - Ano IV
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