Os Departamentos de Artes, Letras, Filosfia e Comunicação da Universidade Planetária do Futuro E os Grupos ARTFORUM Brasil XXI - 11 anos homenageiam o poeta Fernando Pessoa, nesse início de janeiro de 2011.
Pensamentos conhecidos de Fernando Pessoa
O mundo é de quem não sente. A condição essencial para se ser um homem prático é a ausência de sensibilidade.
Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.
Considerar a nossa maior angústia como um incidente sem importância, não só na vida do universo, mas da nossa mesma alma, é o princípio da sabedoria.
Tudo o que dorme é criança de novo. Talvez porque no sono não se possa fazer mal, e se não dá conta da vida, o maior criminoso, o mais fechado egoísta é sagrado, por uma magia natural, enquanto dorme. Entre matar quem dorme e matar uma criança não conheço diferença que se sinta.
Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflecte o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste.
Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens.Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito.
Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.
Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. Isso é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa.
13 de junho de 1888 – Nasce em Lisboa, às 3 horas da tarde.
1896 – Parte para Durban, na África do Sul.
1905 – Regressa a Lisboa
1906 – Matricula-se no Curso Superior de Letras, em Lisboa
1907 – Abandona o curso.
1914 – Surge o mestre Alberto Caeiro. Fernando Pessoa passa a escrever poemas dos três heterônimos.
1915 – Primeiro número da Revista “Orfeu”. Pessoa “mata” Alberto Caeiro.
1916 – Seu amigo Mário de Sá-Carneiro suicida-se.
1924 – Surge a Revista “Atena”, dirigida por Fernando Pessoa e Ruy Vaz.
1926 – Fernando Pessoa requer patente de invenção de um Anuário Indicador Sintético, por Nomes e Outras Classificações, Consultável em Qualquer Língua. Dirige, com seu cunhado, a Revista de Comércio e Contabilidade.
1927 – Passa a colaborar com a Revista “Presença”.
1934 – Aparece “Mensagem”, seu único livro publicado.
30 de novembro de 1935 – Morre em Lisboa, aos 47 anos
A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.
Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril".
Belo Poema de Frenando Pessoa
Tenho tanto sentimento
Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
Cronografia resumida
ARTFORUM Brasil XXI News, 22/01/2011
Até o próximo dia 30 de janeiro estará aberta a exposição Fernando Pessoa, plural como o universo", na Sala de exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa, que foi aberta em 24 de agosto de 2010.
De terça a domingo, das 10 as 18 horas há um encontro com poesia de Ferando Pessoa.
Museu da Língua Portuguesa - Estação da Luz
Praça da Luz, s/nº, Centro - São Paulo
Site da exposição:
http://www.visitefernandopessoa.org.br/
O escritor é o primeiro português a ter suas obras expostas no Museu que até então exibia apenas escritores da literatura nacional. Os curadores da exposição “Fernando Pessoa, plural como o universo” são Carlos Filipe Moisés e Richard Zenith.
Na exposição está exposta a primeira edição do livro Mensagem. Há ainda as obras assinadas por seus heterônimos: Alberto Caeiro, Bernardo Soares, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.
Divulgação sobre Fernando Pessoa, em setembro de 2010
http://forumculturaldomundo.zip.net/arch2010-09-01_2010-09-30.html#2010_09-13_23_51_05-3293856-0
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Brasil, 22 de janeiro de 2011
Grupos Artforum Brasil XXI
Universidade Planetária do Futuro
Pensamentos conhecidos de Fernando Pessoa
O mundo é de quem não sente. A condição essencial para se ser um homem prático é a ausência de sensibilidade.
Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.
Considerar a nossa maior angústia como um incidente sem importância, não só na vida do universo, mas da nossa mesma alma, é o princípio da sabedoria.
Tudo o que dorme é criança de novo. Talvez porque no sono não se possa fazer mal, e se não dá conta da vida, o maior criminoso, o mais fechado egoísta é sagrado, por uma magia natural, enquanto dorme. Entre matar quem dorme e matar uma criança não conheço diferença que se sinta.
Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflecte o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste.
Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens.Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito.
Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.
Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. Isso é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa.
13 de junho de 1888 – Nasce em Lisboa, às 3 horas da tarde.
1896 – Parte para Durban, na África do Sul.
1905 – Regressa a Lisboa
1906 – Matricula-se no Curso Superior de Letras, em Lisboa
1907 – Abandona o curso.
1914 – Surge o mestre Alberto Caeiro. Fernando Pessoa passa a escrever poemas dos três heterônimos.
1915 – Primeiro número da Revista “Orfeu”. Pessoa “mata” Alberto Caeiro.
1916 – Seu amigo Mário de Sá-Carneiro suicida-se.
1924 – Surge a Revista “Atena”, dirigida por Fernando Pessoa e Ruy Vaz.
1926 – Fernando Pessoa requer patente de invenção de um Anuário Indicador Sintético, por Nomes e Outras Classificações, Consultável em Qualquer Língua. Dirige, com seu cunhado, a Revista de Comércio e Contabilidade.
1927 – Passa a colaborar com a Revista “Presença”.
1934 – Aparece “Mensagem”, seu único livro publicado.
30 de novembro de 1935 – Morre em Lisboa, aos 47 anos
A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.
Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril".
Belo Poema de Frenando Pessoa
Tenho tanto sentimento
Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
Cronografia resumida
ARTFORUM Brasil XXI News, 22/01/2011
Até o próximo dia 30 de janeiro estará aberta a exposição Fernando Pessoa, plural como o universo", na Sala de exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa, que foi aberta em 24 de agosto de 2010.
De terça a domingo, das 10 as 18 horas há um encontro com poesia de Ferando Pessoa.
Museu da Língua Portuguesa - Estação da Luz
Praça da Luz, s/nº, Centro - São Paulo
Site da exposição:
http://www.visitefernandopessoa.org.br/
O escritor é o primeiro português a ter suas obras expostas no Museu que até então exibia apenas escritores da literatura nacional. Os curadores da exposição “Fernando Pessoa, plural como o universo” são Carlos Filipe Moisés e Richard Zenith.
Na exposição está exposta a primeira edição do livro Mensagem. Há ainda as obras assinadas por seus heterônimos: Alberto Caeiro, Bernardo Soares, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.
Divulgação sobre Fernando Pessoa, em setembro de 2010
http://forumculturaldomundo.zip.net/arch2010-09-01_2010-09-30.html#2010_09-13_23_51_05-3293856-0
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